O que é Colheita Da Soja

A colheita da soja representa a etapa final e decisiva do ciclo produtivo da cultura, consolidando todo o investimento realizado desde o planejamento e manejo da lavoura. No contexto do agronegócio brasileiro, onde o país se posiciona como o maior exportador mundial da oleaginosa, esta fase exige precisão técnica e logística apurada. O processo consiste na retirada dos grãos do campo no momento em que atingem a maturação de colheita, buscando conciliar a máxima acumulação de matéria seca com o teor de umidade ideal para comercialização e armazenamento.

Esta operação não se resume apenas ao tráfego de maquinário. Ela envolve decisões estratégicas agronômicas, como a identificação do ponto de maturação fisiológica e a possível realização da dessecação pré-colheita. A eficiência nesta etapa é fundamental para minimizar as perdas quantitativas (grãos deixados no campo) e qualitativas (grãos avariados ou com impurezas). Além disso, a colheita da soja no Brasil dita o ritmo da “safrinha”, especialmente a do milho, uma vez que a liberação da área dentro da janela climática ideal é crucial para o sucesso da segunda safra.

Principais Características

  • Maturação Fisiológica e de Colheita: A colheita deve ocorrer após a planta atingir seu máximo acúmulo de peso seco (estádio R6.5 em diante). Existe uma diferença entre o ponto fisiológico (máximo rendimento) e o ponto de colheita (umidade adequada para a máquina e armazenamento), sendo necessário monitoramento constante.

  • Uso Estratégico da Dessecação: A aplicação de herbicidas dessecantes é uma prática comum para uniformizar a maturação dos grãos, secar a massa verde e controlar plantas daninhas tardias. Isso permite antecipar a entrada das máquinas entre 3 a 7 dias, otimizando o cronograma operacional.

  • Dependência Climática: O excesso de chuvas no período da colheita pode inviabilizar o tráfego de máquinas e causar a fermentação dos grãos na vagem (“ardidos”). Por outro lado, a falta de chuvas na fase final de enchimento de grãos, como ocorre em episódios de déficit hídrico no Sul, compromete o peso final e a produtividade.

  • Alta Mecanização e Tecnologia: A operação no Brasil utiliza colhedoras de alta tecnologia, equipadas com sensores de produtividade e umidade. A regulagem correta da plataforma de corte, velocidade do molinete e sistemas de trilha é vital para evitar perdas mecânicas, que impactam diretamente a margem de lucro.

  • Logística Integrada: A colheita no Brasil exige um fluxo contínuo entre o campo e os armazéns ou portos. A capacidade de escoamento e a disponibilidade de secadores na propriedade ou na cooperativa influenciam a velocidade da operação no campo.

Importante Saber

  • Momento Ideal da Dessecação: A antecipação da colheita via dessecação só deve ser realizada quando a lavoura atinge a maturação fisiológica (geralmente quando as sementes se soltam da vagem). Aplicar antes desse ponto interrompe a transferência de nutrientes, resultando em grãos menores e perda significativa de produtividade.

  • Monitoramento de Perdas: É essencial realizar o monitoramento das perdas durante a operação, verificando tanto as perdas na plataforma de corte quanto as perdas internas da colhedora. Ajustes finos na velocidade de deslocamento e na abertura das peneiras devem ser feitos diariamente ou conforme as condições da lavoura mudam.

  • Impacto na Safrinha: A eficiência e a rapidez na colheita da soja são determinantes para o plantio da segunda safra (milho safrinha) dentro da janela ideal de chuvas e luminosidade. Atrasos na colheita da soja expõem o milho subsequente a maiores riscos climáticos, como geadas ou secas.

  • Qualidade do Grão e Umidade: Colher com umidade muito elevada (acima de 15-16%) acarreta custos extras de secagem e descontos na entrega (tabela de classificação). Já a colheita com umidade muito baixa (abaixo de 12%) aumenta o risco de quebra mecânica dos grãos e perdas na plataforma por deiscência natural das vagens.

  • Controle de Plantas Daninhas: Uma colheita realizada em áreas com alta infestação de daninhas (como a buva ou capim-amargoso) reduz o rendimento operacional da máquina, aumenta o consumo de combustível e eleva a impureza da carga, gerando descontos no momento da comercialização. A dessecação pré-colheita auxilia na limpeza da área.

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