Produção de Arroz Pós-Enchentes no RS: Análise de Perdas, Preços e Mercado
O desastre climático no Rio Grande do Sul impactou a produção de grãos nas áreas alagadas. De acordo com a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul
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Ler o Guia Principal sobre Colheita de Arroz →A colheita de arroz é a etapa final e decisiva do ciclo produtivo da orizicultura, momento em que todo o investimento realizado no manejo agronômico se converte em produto comercializável. No Brasil, especialmente na região Sul, que concentra a maior parte da produção nacional, este processo é predominantemente mecanizado e exige precisão técnica para preservar a integridade física dos grãos e maximizar o rendimento de engenho (relação entre grãos inteiros e quebrados). A operação consiste na retirada dos grãos do campo no momento de maturação fisiológica ideal, envolvendo as etapas de corte, recolhimento, trilha, separação e limpeza.
O sucesso da colheita depende diretamente do planejamento prévio, considerando a janela climática adequada — geralmente entre fevereiro e maio nas principais regiões produtoras — e o dimensionamento correto do maquinário em relação à área plantada. Em sistemas de arroz irrigado, há o desafio adicional da trafegabilidade em solos alagados ou com baixa sustentação, exigindo equipamentos adaptados. O objetivo principal não é apenas recolher o volume produzido, mas fazê-lo minimizando as perdas quantitativas (grãos deixados no campo) e qualitativas (grãos quebrados ou gessados), garantindo assim a rentabilidade e a qualidade industrial do produto final.
Ponto Ideal de Maturação: O momento técnico recomendado para o início da colheita ocorre quando os grãos atingem entre 18% e 23% de umidade. Visualmente, isso corresponde ao estágio em que aproximadamente dois terços (2/3) da panícula apresentam coloração de maduros (amarelo-palha), enquanto a base ainda pode conter grãos verdes.
Adaptação do Maquinário: Devido ao cultivo frequente em áreas de várzea ou sistematizadas com lâmina d’água, as colhedoras de arroz frequentemente utilizam rodados duplados, pneus de alta flutuação ou esteiras para garantir a tração e evitar a compactação excessiva ou atolamento no solo.
Sistemas de Trilha: As máquinas podem operar com sistemas de cilindro de dentes (mais agressivo, comum em máquinas convencionais) ou fluxo axial (rotor), sendo que a regulagem correta da rotação e da abertura do côncavo é vital para separar o grão da palha sem causar danos mecânicos.
Concentração de Perdas: Estudos indicam que a maior parte das perdas na colheita mecanizada de arroz (cerca de 70%) ocorre na plataforma de corte, geralmente devido à velocidade inadequada do molinete ou altura de corte incorreta, resultando em degrana natural ou tombamento de plantas não recolhidas.
Logística Pós-Colheita: A característica do grão de arroz exige que a operação de colheita esteja perfeitamente sincronizada com a capacidade de secagem e armazenamento, uma vez que o grão colhido com alta umidade precisa passar rapidamente pelo processo de secagem para evitar fermentação e perda de qualidade.
Impacto da Umidade na Qualidade: Colher o arroz com umidade muito baixa (abaixo de 16-18%) aumenta drasticamente o índice de grãos quebrados durante o beneficiamento e a perda por degrana natural no campo. Já a colheita com umidade excessiva (acima de 23-25%) resulta em maior incidência de grãos gessados e imaturos, além de elevar os custos de secagem.
Regulagem da Plataforma: A velocidade do molinete deve ser ligeiramente superior à velocidade de deslocamento da máquina (índice de cerca de 15% a 20% maior) para puxar as plantas suavemente para a barra de corte, evitando que a batida excessiva derrube os grãos no solo antes do recolhimento.
Monitoramento de Perdas: É essencial realizar o monitoramento constante das perdas durante a operação, verificando tanto o chão (perdas de plataforma) quanto a saída da máquina (perdas de trilha e limpeza). O uso de copos medidores ou armações de área conhecida ajuda a quantificar se as perdas estão dentro do limite aceitável.
Custos Variáveis e Produtividade: Em modelos de alta produtividade, como o preconizado pelo “Projeto 10”, entende-se que custos com colheita, transporte e secagem são “custos bons”, pois variam proporcionalmente ao aumento da produção. A eficiência está em diluir os custos fixos através de uma maior produtividade por hectare.
Manejo da Palhada: A distribuição uniforme da palha triturada após a colheita é fundamental para o manejo do solo da safra seguinte, facilitando a decomposição da matéria orgânica e a operação das plantadeiras no próximo ciclo.
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