Colheita de Cana: 5 Estratégias para Reduzir Perdas e Aumentar a Produtividade
Colheita de cana: como reduzir perdas, além de quais são as principais dicas e tecnologias para obter melhores resultados na sua colheita
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Ler o Guia Principal sobre Colheita de Cana →A colheita de cana-de-açúcar representa a etapa conclusiva e operacionalmente mais complexa do ciclo produtivo desta cultura, sendo determinante para a rentabilidade final da lavoura e a qualidade da matéria-prima entregue à indústria. No contexto do agronegócio brasileiro, que lidera a produção mundial, este processo passou por uma profunda transformação tecnológica nas últimas décadas, migrando do corte manual com queima prévia para o sistema de colheita mecanizada de cana crua. Essa evolução visou não apenas o aumento da capacidade operacional e a redução de custos com mão de obra, mas também o atendimento a legislações ambientais e a melhoria das condições agronômicas do solo através da manutenção da palhada.
O processo consiste no corte dos colmos na base, seguido do desponte, limpeza (separação de palha e impurezas minerais) e picagem, preparando o material para o transporte até a usina. A eficiência desta operação é medida não apenas pelo volume colhido por hora, mas pela capacidade de minimizar as perdas de matéria-prima no campo e preservar a integridade da soqueira (o sistema radicular e gemas basais que ficam no solo). A preservação da soqueira é vital, pois a cana é uma cultura semi-perene, e danos severos durante a colheita comprometem a brotação dos ciclos seguintes (socas), reduzindo a longevidade do canavial e exigindo reformas precoces do plantio.
Atualmente, a colheita mecanizada abrange a quase totalidade das áreas produtivas na região Centro-Sul do Brasil. No entanto, o desafio técnico reside no equilíbrio entre a velocidade da operação e a qualidade do corte. Operações mal ajustadas podem resultar em perdas significativas, que frequentemente superam 10% da produção total, além de causar compactação do solo e abalo das touceiras, impactando diretamente a produtividade das safras futuras.
Alto Nível de Mecanização: Na principal região produtora do Brasil (Centro-Sul), a mecanização atinge índices próximos a 100%, com colhedoras modernas capazes de processar entre 400 a 700 toneladas por máquina, dependendo das condições do canavial.
Sazonalidade Regional: O calendário de colheita varia conforme a geografia; na região Centro-Sul, a safra concentra-se geralmente de abril a novembro, enquanto na região Nordeste ocorre entre novembro e abril, permitindo um fluxo contínuo de produção nacional.
Sistema de Corte de Base: A operação utiliza facas rotativas para o corte basal e despontadores para a remoção do palmito (ponteiro), exigindo precisão milimétrica para evitar o corte muito alto (perda de açúcar) ou muito baixo (dano à soqueira e contaminação mineral).
Logística Integrada (CTT): A colheita não é um evento isolado, mas parte do sistema CTT (Corte, Transbordo e Transporte), que exige sincronia perfeita entre as colhedoras, os transbordos e os caminhões para evitar paradas na usina ou ociosidade das máquinas no campo.
Manutenção da Palhada: Diferente do corte manual antigo, a colheita mecanizada deposita a palha sobre o solo, o que contribui para a retenção de umidade, controle de plantas daninhas e ciclagem de nutrientes, embora exija manejo específico de pragas.
Monitoramento de Perdas: É fundamental realizar o monitoramento constante das perdas visíveis (toletes inteiros, pedaços de cana e lascas deixados no chão) e invisíveis (caldo perdido, serragem), pois índices acima de 3-5% já representam prejuízos econômicos consideráveis.
Danos à Soqueira: O pisoteio das linhas de cana pelos pneus ou esteiras das máquinas e o corte “cego” (facas sem fio) causam o abalo da soqueira, reduzindo drasticamente a produtividade nos cortes seguintes e encurtando a vida útil do canavial.
Ponto de Maturação: A colheita deve ser planejada para coincidir com o pico de teor de sacarose (ATR) da variedade plantada. Colher antes ou depois desse ponto ideal resulta em menor rendimento industrial e perda de valor agregado.
Planejamento desde o Plantio: A eficiência da colheita começa na sistematização do terreno e na escolha do espaçamento de plantio adequado à bitola das máquinas, evitando manobras excessivas e o esmagamento das linhas de cultivo.
Velocidade de Operação: Existe uma relação inversa entre velocidade de deslocamento da colhedora e qualidade da colheita. Velocidades excessivas aumentam as perdas e a contaminação vegetal, exigindo que o operador ajuste o ritmo conforme a densidade e o tombamento da cana.
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