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O que é Colheita De Trigo

A colheita de trigo representa a etapa final e decisiva do ciclo produtivo desta cultura de inverno, consolidando todo o investimento e manejo realizados desde o plantio. No contexto do agronegócio brasileiro, esta operação é estratégica, visto que o país, embora seja um grande produtor com safras superando 10 milhões de toneladas, ainda necessita importar grãos para suprir o consumo interno de 10 a 12 milhões de toneladas. A operação consiste na retirada mecânica dos grãos do campo, exigindo precisão para separar o produto da palhada e de impurezas, garantindo que o material colhido atenda aos padrões exigidos pela indústria moageira e de panificação.

O momento da colheita é determinado pela maturação fisiológica da planta e, crucialmente, pelo teor de umidade dos grãos. Realizada majoritariamente entre o final do inverno e a primavera, dependendo da região (Sul, Sudeste ou Centro-Oeste), a operação enfrenta desafios climáticos significativos, como chuvas excessivas ou geadas tardias. O sucesso desta etapa não se mede apenas pelo volume colhido (produtividade), mas fundamentalmente pela qualidade industrial do grão, definida por parâmetros como o Peso do Hectolitro (PH) e a ausência de germinação na espiga, fatores que impactam diretamente a precificação e a classificação do produto final.

Principais Características

  • Janela de Operação: A colheita ocorre geralmente entre agosto e outubro nas principais regiões produtoras do Brasil, variando conforme o ciclo da cultivar (100 a 170 dias) e a época de semeadura, que pode ir de março a setembro.

  • Parâmetros de Umidade: O ponto ideal para iniciar a colheita mecânica situa-se quando os grãos atingem entre 16% e 18% de umidade, devendo ser reduzida para 13% para o armazenamento seguro e comercialização sem descontos excessivos.

  • Sensibilidade Climática: A cultura é altamente suscetível às condições meteorológicas na pré-colheita; a combinação de umidade e calor pode quebrar a dormência das sementes, causando germinação na espiga e depreciando severamente a qualidade para panificação.

  • Classificação Rigorosa: O trigo é avaliado sob normas estritas (Instrução Normativa nº 38), sendo classificado em Grupos (I para alimentação humana, II para moagem), Classes e Tipos, baseando-se em testes de qualidade e presença de defeitos.

  • Mecanização Específica: Utilizam-se colheitadeiras com sistema de trilha, que demandam regulagens finas de velocidade (idealmente 5 a 8 km/h), rotação do cilindro e abertura do côncavo para evitar a quebra mecânica dos grãos.

Importante Saber

  • Impacto das Impurezas no Preço: A presença de matérias estranhas (sementes de outras espécies, terra) e impurezas (cascas, fragmentos de palha) gera descontos diretos no peso do lote; a medição oficial utiliza peneiras com crivos oblongos de 1,75 mm x 20 mm.

  • Regulagem da Colheitadeira: Ajustes incorretos são a principal causa técnica de perdas; é fundamental calibrar a altura de corte e a ventilação para minimizar perdas na plataforma e garantir uma limpeza eficiente sem descartar grãos viáveis.

  • Monitoramento do PH: O Peso do Hectolitro é um dos indicadores de qualidade mais influentes na negociação; chuvas durante a colheita tendem a diminuir o PH, reduzindo o valor pago pela tonelada do grão.

  • Planejamento Logístico: Devido à instabilidade climática típica da primavera no Sul do Brasil, o produtor deve estar preparado para colher rapidamente assim que a umidade permitir, evitando a exposição prolongada da lavoura madura ao tempo adverso.

  • Diferenciação de Defeitos: É vital distinguir danos climáticos (como germinação e gessamento) de danos mecânicos (grãos quebrados), pois ambos afetam a classificação do lote, mas exigem ações corretivas diferentes (manejo de época de plantio versus regulagem de máquinas).

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