Colheita de Algodão: Como Evitar Perdas e Maximizar Qualidade da Fibra
Colheita do algodão: confira os erros mais frequentes e veja como corrigi-los para evitar perdas na lavoura
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A colheita do algodão representa a etapa final e decisiva do ciclo produtivo da cultura, momento em que todo o investimento realizado no manejo agronômico é convertido em produto comercializável. No Brasil, que figura entre os maiores produtores mundiais da fibra, este processo é predominantemente mecanizado e exige alto nível de tecnificação. A operação consiste na extração do algodão em caroço dos capulhos abertos, demandando um planejamento rigoroso que envolve desde a aplicação de defoliantes e maturadores até a logística de armazenamento e beneficiamento.
Devido ao hábito de crescimento indeterminado do algodoeiro — onde flores, botões e capulhos podem coexistir na mesma planta —, a colheita impõe desafios técnicos específicos. O objetivo central não é apenas recolher a máxima quantidade de produto (evitando perdas quantitativas), mas principalmente preservar as características intrínsecas da fibra (evitando perdas qualitativas). Fatores como umidade, impurezas e danos mecânicos durante a operação impactam diretamente a classificação do algodão e, consequentemente, a rentabilidade do produtor.
Sistemas de Colheita Mecanizada: A operação é realizada principalmente por dois tipos de colhedoras: o sistema Picker (de fusos), que extrai o algodão com menor índice de impurezas, e o sistema Stripper (de pente), que arranca os capulhos e é mais comum em cultivos adensados, embora colete mais resíduos vegetais.
Perdas Quantitativas: Referem-se ao volume de algodão que a máquina não consegue recolher ou que cai no solo durante o processo, estando diretamente ligadas à regulagem da colhedora e à velocidade de operação.
Perdas Qualitativas: Envolvem a depreciação das características da fibra (comprimento, resistência, cor e uniformidade), causadas por fatores como umidade excessiva, maturação desigual ou regulagem agressiva dos maquinários.
Manejo de Desfolha: A aplicação correta de reguladores de crescimento e desfolhantes é uma característica essencial para uniformizar a abertura dos capulhos e reduzir a biomassa foliar antes da entrada das máquinas.
Tecnologia Embarcada: O uso de sensores ópticos, mapas de biomassa (NDVI) e monitoramento por satélite são características crescentes para auxiliar na tomada de decisão sobre o momento exato da colheita.
Controle de Umidade: A colheita não deve ser realizada com excesso de umidade na fibra (seja por orvalho ou chuva), pois isso favorece a fermentação no armazenamento, mancha a pluma e reduz drasticamente o valor comercial.
Impacto das Plantas Daninhas: A presença de infestantes na lavoura no momento da colheita é crítica, pois a massa verde e as sementes dessas plantas contaminam o fardo, dificultando o beneficiamento e penalizando a classificação da fibra (o chamado “algodão sujo”).
Escolha do Sistema (Picker vs. Stripper): O sistema Picker geralmente entrega uma fibra de maior qualidade e valor agregado, mas possui custo operacional e de aquisição mais elevado; o Stripper é mais eficiente em recolhimento total, mas exige um sistema de limpeza pós-colheita muito mais robusto.
Regulagem de Máquinas: A calibração periódica dos fusos, pentes e sistemas de ar é fundamental; uma regulagem inadequada pode tanto deixar algodão no campo quanto triturar sementes e fibras, causando defeitos irreversíveis.
Planejamento de Maturação: Como a planta possui maturação desigual, o erro no timing da aplicação de maturadores pode resultar em colheita de fibras imaturas (com menor resistência) ou perda de capulhos que abriram precocemente e caíram.
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