Colheita de Cana: 5 Estratégias para Reduzir Perdas e Aumentar a Produtividade
Colheita de cana: como reduzir perdas, além de quais são as principais dicas e tecnologias para obter melhores resultados na sua colheita
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A colheita mecanizada de cana-de-açúcar refere-se ao processo de extração da cultura utilizando colhedoras automotrizes, substituindo o antigo método de corte manual que frequentemente exigia a queima prévia do canavial. No contexto do agronegócio brasileiro, especialmente na região Centro-Sul, essa prática consolidou-se como o padrão dominante, atingindo índices de mecanização superiores a 97% em meados da última década. O sistema opera através do corte de base, desponte, limpeza (separação da palha e impurezas) e carregamento dos toletes nos transbordos, tudo realizado de forma simultânea pela máquina.
Essa evolução tecnológica trouxe benefícios ambientais e operacionais significativos, como a eliminação da queima e a manutenção da palhada sobre o solo, o que favorece a conservação da umidade e a reciclagem de nutrientes. Uma colhedora moderna possui alta capacidade operacional, podendo processar entre 400 a 700 toneladas por máquina, dependendo das condições do talhão e da logística de transporte. No entanto, a eficiência da operação não se mede apenas pelo volume colhido, mas também pela qualidade da matéria-prima entregue à usina e pela preservação do canavial remanescente.
Apesar dos avanços, a colheita mecanizada introduziu desafios técnicos complexos. A operação exige um manejo preciso para evitar danos à soqueira (o sistema radicular e gemas que ficam no solo para a próxima brotação). O peso das máquinas e o tráfego intenso podem causar compactação do solo e pisoteio das linhas, fatores que estão diretamente ligados à redução da produtividade média e da longevidade dos canaviais observada nos últimos anos. Portanto, trata-se de uma etapa crítica que demanda planejamento agronômico rigoroso desde o plantio.
Sistema de Cana Crua: A operação é realizada sem a queima do canavial, resultando na deposição de uma camada de palha sobre o solo, essencial para a sustentabilidade do sistema produtivo e proteção contra erosão.
Alta Capacidade Operacional: As máquinas modernas são projetadas para grandes volumes, otimizando o tempo e a mão de obra, mas exigindo uma logística de transporte (transbordo e caminhões) perfeitamente sincronizada para evitar paradas.
Corte de Base e Desponte: A máquina realiza o corte rente ao solo e remove o ponteiro (parte superior da planta pobre em açúcar), processos que exigem regulagem constante para evitar perdas de matéria-prima ou contaminação com terra.
Interação Máquina-Solo: O equipamento exerce pressão significativa sobre o terreno; por isso, o espaçamento de plantio e o paralelismo das linhas devem ser adequados à bitola da máquina para minimizar o pisoteio.
Limpeza Pneumática: O sistema utiliza extratores (ventiladores) para separar a palha e impurezas minerais dos colmos, influenciando diretamente a qualidade industrial da cana entregue (teor de impurezas vegetais e minerais).
Monitoramento de Perdas: Estima-se que mais de 10% da produção possa ser perdida durante a colheita mecanizada devido a regulagens inadequadas, velocidade excessiva ou falhas no corte de base. O monitoramento constante é vital para a rentabilidade.
Preservação da Soqueira: O corte impreciso (abalo da soqueira) e o pisoteio das linhas pelas rodas ou esteiras comprometem a rebrota. Danos severos à soqueira reduzem drasticamente a produtividade dos cortes seguintes (socas), encurtando a vida útil do canavial.
Planejamento desde o Plantio: A eficiência da colheita começa na sistematização do terreno e na escolha da variedade. O plantio deve considerar a topografia e o comprimento das linhas (tiros de colheita) para reduzir manobras e o consumo de combustível.
Ponto Ideal de Maturação: A colheita deve ser sincronizada com o pico de teor de sacarose da cultura. O planejamento deve considerar o ciclo da cana (sistema de ano ou ano-e-meio) e o uso de maturadores para escalonar a colheita e evitar a perda de qualidade industrial.
Impacto da Declividade: A mecanização possui limites de segurança e eficiência em terrenos muito inclinados. Áreas com declividade acentuada exigem cuidados redobrados ou, em casos extremos, inviabilizam o uso de colhedoras convencionais.
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