O que é Colhendo Cafe

A tag “Colhendo Cafe” refere-se à etapa operacional mais crítica e onerosa do ciclo produtivo da cafeicultura: a colheita. No contexto agronômico brasileiro, este processo não se resume apenas à retirada dos frutos do cafeeiro, mas envolve um complexo planejamento logístico e decisório que impacta diretamente a qualidade final da bebida e a rentabilidade da lavoura. O Brasil, sendo o maior produtor mundial, apresenta uma diversidade de métodos de colheita que variam conforme o relevo (montanha ou cerrado), o nível tecnológico da propriedade e o tipo de café (Arábica ou Canéfora).

O momento da colheita é determinado pelo estágio de maturação fisiológica dos frutos, buscando-se o máximo percentual de grãos no estágio “cereja” (maduros). A operação ocorre, majoritariamente, entre os meses de maio e setembro, coincidindo com o período mais seco em grande parte das regiões produtoras, o que favorece a secagem. Esta fase exige gestão eficiente de mão de obra e maquinário, pois atrasos podem resultar na queda natural dos frutos e fermentações indesejadas, enquanto a antecipação excessiva eleva a quantidade de grãos verdes, depreciando o valor do produto e causando prejuízos no rendimento do beneficiamento.

Além da retirada dos frutos, o conceito abrange o recolhimento do café de chão (varrição) e o transporte imediato para as unidades de processamento (lavadores, descascadores e terreiros). Em propriedades tecnificadas, como as citadas em estudos de caso de grandes grupos produtores, a colheita é monitorada por sistemas de gestão que avaliam a produtividade por talhão, permitindo ajustes em tempo real para otimizar a eficiência operacional e preservar a sanidade das plantas para a safra seguinte.

Principais Características

  • Métodos de Colheita Diversificados: No Brasil, utiliza-se a colheita manual (seletiva ou derriça total), semimecanizada (com derriçadeiras portáteis) e totalmente mecanizada (colhedoras automotrizes), dependendo da topografia e espaçamento da lavoura.
  • Índice de Maturação: A operação é caracterizada pela heterogeneidade dos frutos na planta, contendo grãos verdes, cerejas (maduros), passas e secos simultaneamente, exigindo decisão técnica sobre o momento ideal de entrada na lavoura.
  • Sazonalidade Definida: Ocorre predominantemente no período de estiagem (inverno brasileiro), o que é crucial para a qualidade pós-colheita, embora mudanças climáticas possam alterar essa janela operacional.
  • Impacto Fisiológico na Planta: A colheita, especialmente a derriça total e a mecanizada, causa estresse e desfolha no cafeeiro, demandando manejo nutricional e fitossanitário pós-colheita para recuperação da planta.
  • Logística Integrada: Caracteriza-se pela necessidade de sincronia perfeita entre o ritmo de colheita no campo e a capacidade de recebimento e processamento na infraestrutura de secagem da fazenda.

Importante Saber

  • Monitoramento de Pragas Pré-Colheita: A incidência de pragas como a Broca-do-café deve ser controlada rigorosamente antes da colheita, pois frutos brocados perdem peso e qualidade, afetando a classificação final do lote.
  • Regulagem de Máquinas: Na colheita mecanizada, a regulagem correta da vibração das varetas e da velocidade de deslocamento é vital para colher os frutos maduros sem causar danos excessivos aos ramos e ao sistema radicular.
  • Ponto de Colheita Ideal: Recomenda-se iniciar a colheita (especialmente a derriça) quando a lavoura apresenta menos de 20% de grãos verdes, visando equilibrar qualidade de bebida e rendimento físico.
  • Café de Varrição: O recolhimento do café que cai no chão deve ser feito o mais rápido possível e processado separadamente do café de árvore para evitar a contaminação do lote principal com grãos fermentados ou mofados.
  • Planejamento de Talhões: É fundamental planejar a ordem de colheita iniciando pelos talhões onde a maturação é mais precoce ou uniforme, utilizando dados históricos e amostragens de campo para maximizar a qualidade.
  • Cuidados com a Bienalidade: Em lavouras de café Arábica, a intensidade da colheita em anos de alta produção deve considerar a preservação da estrutura vegetativa para garantir a produtividade da safra seguinte (ano de baixa).
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