O que é Como Fazer Irrigacao Gotejamento

A implementação de um sistema de irrigação por gotejamento refere-se ao processo técnico de planejamento, dimensionamento e instalação de uma infraestrutura hidráulica capaz de fornecer água gota a gota diretamente na zona radicular das plantas. Diferente de métodos por aspersão ou inundação, “fazer” a irrigação por gotejamento exige um projeto de engenharia detalhado que considera a topografia do terreno, a necessidade hídrica da cultura e as características físicas do solo para garantir a formação correta do bulbo úmido. No Brasil, essa técnica é amplamente difundida em culturas de alto valor agregado, como café, citros, fruticultura e olericultura (HF), e vem ganhando espaço em grandes culturas devido à sua eficiência no uso da água.

O processo inicia-se com a análise da fonte de água e a escolha do sistema de bombeamento, seguido obrigatoriamente pela instalação de um sistema de filtragem robusto, que é o coração desta tecnologia. A distribuição ocorre através de tubulações principais e secundárias até chegar às linhas laterais onde estão os emissores (gotejadores). O objetivo central ao projetar este sistema é maximizar a eficiência de aplicação, que pode superar 90%, reduzindo perdas por evaporação e escoamento superficial, além de permitir a prática da fertirrigação, onde os nutrientes são dissolvidos e entregues junto com a água.

Para o produtor rural, saber como fazer ou gerenciar a instalação desse sistema envolve entender que a precisão é fundamental. Um projeto mal dimensionado pode resultar em desuniformidade na lavoura, onde algumas plantas recebem água em excesso e outras sofrem estresse hídrico. Portanto, a execução dessa modalidade de irrigação não é apenas uma questão de estender mangueiras, mas de calcular a hidráulica para que a pressão e a vazão sejam constantes em todos os pontos da área irrigada, garantindo a sustentabilidade e a rentabilidade do investimento.

Principais Características

  • Aplicação Localizada: A água é depositada diretamente sobre ou sob a superfície do solo, próxima ao caule da planta, molhando apenas a área das raízes e mantendo as entrelinhas secas, o que reduz o crescimento de plantas daninhas.
  • Baixa Pressão e Vazão: O sistema opera com pressões menores comparado aos pivôs centrais ou aspersores convencionais, o que demanda menor potência de bombeamento e resulta em economia de energia elétrica ou combustível.
  • Sistema de Filtragem Obrigatório: Devido aos pequenos orifícios dos emissores, o sistema exige filtros de areia, disco ou tela de alta performance para reter impurezas físicas e orgânicas, prevenindo entupimentos.
  • Alta Frequência de Rega: Permite irrigar com maior frequência e menor volume (turnos de rega curtos), mantendo a umidade do solo próxima à capacidade de campo ideal para o desenvolvimento da cultura sem causar asfixia radicular.
  • Capacidade de Fertirrigação: É o método mais eficiente para a aplicação de fertilizantes solúveis, permitindo o parcelamento dos nutrientes de acordo com a curva de absorção da planta em cada estágio fenológico.

Importante Saber

  • Qualidade da Água é Crítica: Antes de instalar, é fundamental realizar análises físicas, químicas e biológicas da água. Altos teores de ferro, cálcio ou presença de algas exigem tratamentos específicos para evitar a obstrução irreversível dos gotejadores.
  • Influência do Tipo de Solo: O espaçamento entre gotejadores deve ser definido com base na textura do solo. Solos argilosos expandem a água lateralmente (bulbo mais largo), enquanto solos arenosos tendem à infiltração vertical profunda (bulbo estreito), exigindo gotejadores mais próximos.
  • Manutenção Preventiva Rigorosa: O sistema demanda rotinas de limpeza, como a abertura dos finais de linha para expurgo de sujeira (flushing) e a injeção periódica de ácidos ou cloro para limpeza química das tubulações e emissores.
  • Topografia e Compensação: Em terrenos com desníveis acentuados, comuns em cafezais brasileiros, é necessário utilizar gotejadores autocompensantes, que mantêm a mesma vazão independentemente das variações de pressão causadas pelo relevo.
  • Monitoramento da Umidade: Para garantir o retorno do investimento, o manejo da irrigação não deve ser feito no “olhômetro”. O uso de tensiômetros ou sensores de umidade do solo é essencial para determinar o momento exato e a quantidade de água a ser aplicada.
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