Artigos sobre Compra de Defensivos Agrícolas

O que é Compra De Defensivos Agrícolas

A compra de defensivos agrícolas é uma das etapas mais estratégicas e críticas dentro do planejamento de uma safra no Brasil. Não se trata apenas de uma transação comercial para aquisição de insumos, mas de um processo complexo de tomada de decisão que envolve análise técnica, financeira e agronômica. Dado que os defensivos podem representar uma parcela significativa do Custo Operacional Efetivo (COE) de culturas como soja, milho e algodão — chegando a ultrapassar 30% dos custos totais em alguns cenários —, a eficiência nesta etapa define diretamente a rentabilidade do produtor rural.

Este processo deve ser fundamentado no histórico da lavoura e nas projeções fitossanitárias para o ciclo seguinte. O objetivo é adquirir produtos químicos ou biológicos destinados ao controle de pragas, doenças e plantas daninhas, garantindo a sanidade da plantação e a produtividade esperada. No cenário brasileiro, essa atividade é altamente regulamentada, exigindo que a escolha dos produtos esteja alinhada com as legislações vigentes, como o registro no Ministério da Agricultura (MAPA), e sempre amparada por receituário agronômico emitido por um profissional habilitado.

Além da escolha técnica, a compra de defensivos envolve estratégias de negociação, como operações de barter (troca de insumos por produção futura) ou compras antecipadas para travamento de custos. Uma aquisição mal planejada pode resultar não apenas em prejuízos financeiros imediatos, mas também em falhas de controle no campo, resistência de pragas devido ao uso repetitivo de mesmos princípios ativos e problemas com sobras de estoque ou produtos vencidos.

Principais Características

• Alto Impacto no Custo de Produção: Os defensivos representam uma das maiores fatias do orçamento agrícola, exigindo gestão financeira rigorosa e comparação de preços entre genéricos e originais.

• Dependência de Prescrição Técnica: A aquisição legal no Brasil está condicionada à emissão de Receituário Agronômico, garantindo que o produto seja adequado à cultura e ao alvo biológico.

• Necessidade de Planejamento Antecipado: A compra geralmente ocorre meses antes do plantio, baseada no histórico da área e na previsão de incidência de pragas e doenças.

• Rotação de Mecanismos de Ação: A seleção dos produtos deve contemplar diferentes modos de ação para evitar a seleção de organismos resistentes, conforme preconiza o Manejo Integrado de Pragas (MIP).

• Logística e Armazenamento Específicos: A compra exige infraestrutura adequada na fazenda para o armazenamento seguro, seguindo normas ambientais e de segurança do trabalho.

Importante Saber

• Consulte o Histórico da Área: Antes de comprar, analise os registros das safras passadas para identificar quais pragas, doenças e plantas daninhas foram mais recorrentes, permitindo uma aquisição mais assertiva.

• Verifique o Registro no AGROFIT: Utilize sempre o Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (AGROFIT) para confirmar se o produto possui registro ativo para a cultura e o alvo biológico desejado, além de conferir a bula oficial.

• Cuidado com Produtos Falsificados: A pirataria de defensivos é um risco real que compromete a lavoura e é crime; desconfie de preços muito abaixo do mercado e exija sempre nota fiscal e origem comprovada.

• Planeje a Rotação de Ativos: Não compre apenas um tipo de produto químico para a safra toda; planeje a alternância de ingredientes ativos para manter a eficácia do controle a longo prazo.

• Gestão de Estoque: O controle rigoroso do que entra e sai do estoque evita desperdícios, uso de produtos vencidos e compras desnecessárias de itens que já estão disponíveis na propriedade.

• Momento da Compra: Monitorar o mercado permite identificar janelas de oportunidade para negociação, garantindo melhores condições de pagamento e disponibilidade do produto na época da aplicação.