*Brachiaria Ruziziensis*: O Guia Completo de Manejo para Lavoura e Pecuária
Brachiaria ruziziensis: Saiba como fazer o melhor manejo para plantio direto ou pastagem e outras características dessa forrageira
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O Consórcio Milho-Braquiária é uma prática agronômica amplamente adotada no Brasil, especialmente na segunda safra (safrinha), que consiste no cultivo simultâneo do milho com espécies forrageiras do gênero Brachiaria (como a B. ruziziensis ou B. brizantha). O objetivo principal desse sistema é otimizar o uso da terra, permitindo a produção de grãos e, ao mesmo tempo, a formação de pastagem para a pecuária ou a produção de biomassa (palhada) para a manutenção do Sistema de Plantio Direto (SPD).
Neste modelo, a forrageira é implantada na mesma área e época que o milho, ou com uma pequena defasagem temporal. Devido à competição por luz e recursos, a braquiária tende a ter um desenvolvimento inicial mais lento sob o dossel do milho. Após a colheita do cereal, a gramínea retoma seu crescimento vigoroso, aproveitando a umidade residual do solo e a luminosidade plena, cobrindo o solo durante o período de entressafra.
Essa técnica é um dos pilares da Integração Lavoura-Pecuária (ILP), pois oferece alimento de qualidade para o gado na época seca do ano, quando as pastagens nativas ou convencionais perdem qualidade. Para agricultores que visam apenas a agricultura, o consórcio é fundamental para a estruturação do solo, reciclagem de nutrientes e proteção contra erosão, garantindo uma “cama” de palha ideal para a semeadura da soja na safra seguinte.
Otimização do uso da terra: Permite duas produções (grão e forragem/palha) na mesma área e no mesmo ano agrícola, intensificando o sistema produtivo sem necessidade de abertura de novas áreas.
Tolerância ao sombreamento: As espécies utilizadas, especialmente a Brachiaria ruziziensis, possuem capacidade de sobreviver e se desenvolver moderadamente sob a sombra das plantas de milho, sem comprometer significativamente a produtividade do cereal quando bem manejadas.
Melhoria da estrutura do solo: O sistema radicular agressivo e profundo da braquiária atua na descompactação do solo (bioporos), melhorando a infiltração de água e a aeração.
Ciclagem de nutrientes: A forrageira absorve nutrientes das camadas mais profundas do solo e, após sua dessecação e decomposição, libera-os na superfície para a cultura subsequente.
Supressão de plantas daninhas: A cobertura vegetal densa formada pela braquiária inibe a germinação e o desenvolvimento de plantas daninhas durante a entressafra, reduzindo o banco de sementes invasoras.
Manejo de herbicidas: É crucial realizar o manejo químico correto (frequentemente com subdosagens de herbicidas seletivos) para travar o crescimento da braquiária no início do ciclo, evitando que ela compita excessivamente com o milho por água e nutrientes.
Escolha da espécie forrageira: A Brachiaria ruziziensis é frequentemente preferida em áreas de lavoura pura devido à sua facilidade de dessecação e menor risco de se tornar uma planta daninha na soja subsequente, diferentemente da B. decumbens ou B. brizantha, que podem exigir manejos mais intensos para eliminação.
Competição hídrica: Em anos com previsões de seca severa ou em solos com baixa retenção de água, o consórcio pode aumentar o risco de estresse hídrico para o milho, exigindo planejamento cuidadoso da densidade de semeadura.
Monitoramento de pragas: O sistema exige atenção redobrada com pragas como a cigarrinha-das-pastagens e a lagarta-do-cartucho, pois a presença contínua de gramíneas pode favorecer a ponte verde para esses insetos.
Qualidade da semeadura: O sucesso do consórcio depende da profundidade correta de plantio das sementes de braquiária (geralmente 2 a 4 cm) para garantir uma emergência uniforme e o estabelecimento adequado da pastagem.
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