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O que é Consórcio Milho Braquiária

O Consórcio Milho-Braquiária é uma tecnologia de manejo agrícola consolidada no Brasil, fundamental para a sustentabilidade do Sistema de Plantio Direto (SPD) e para a Integração Lavoura-Pecuária (ILP). A técnica consiste na semeadura simultânea do milho (geralmente na segunda safra ou “safrinha”) com sementes de forrageiras do gênero Brachiaria (sendo a B. ruziziensis uma das mais comuns). O objetivo central é otimizar o uso da terra, permitindo que o produtor colha o grão de milho e, na mesma operação, estabeleça uma cobertura vegetal vigorosa para a entressafra.

Diferente do cultivo solteiro, onde o solo poderia ficar exposto após a colheita do milho, este sistema garante a formação de palhada em quantidade e qualidade suficientes para proteger o solo e beneficiar a cultura sucessora, geralmente a soja. Além da produção de biomassa para cobertura, o consórcio é uma estratégia eficiente para a produção de forragem destinada à alimentação animal no período seco (inverno), servindo como base para sistemas integrados que unem agricultura e pecuária na mesma área.

Do ponto de vista agronômico, essa prática promove melhorias significativas nos atributos físicos, químicos e biológicos do solo. O sistema radicular agressivo e profundo da braquiária atua na descompactação do solo e na reciclagem de nutrientes lixiviados, trazendo-os de volta para as camadas superficiais. Isso cria um ambiente produtivo mais resiliente, aumentando a estabilidade do sistema produtivo frente a estresses climáticos e melhorando a rentabilidade por hectare ao longo do tempo.

Principais Características

  • Semeadura Simultânea: O plantio da forrageira ocorre ao mesmo tempo que o do milho, otimizando o uso de maquinário e combustível, sem a necessidade de operações de entrada extra na lavoura para semear o capim.

  • Versatilidade de Uso: O sistema pode ser dimensionado para dois objetivos distintos: produção exclusiva de palhada para cobertura do solo (densidade menor de plantas) ou formação de pastagem para o gado (densidade maior).

  • Reciclagem de Nutrientes: As raízes profundas da braquiária absorvem nutrientes que estariam fora do alcance das raízes do milho ou da soja, ciclando potássio e outros elementos que retornam ao solo após a dessecação e decomposição da palha.

  • Supressão de Plantas Daninhas: A cobertura densa formada pela forrageira após a colheita do milho cria uma barreira física e sombreamento que inibem a germinação e o desenvolvimento de plantas daninhas, reduzindo custos com herbicidas na safra seguinte.

  • Melhoria da Estrutura do Solo: O aporte contínuo de matéria orgânica e a ação das raízes favorecem a agregação do solo, a infiltração de água e a atividade biológica, combatendo a erosão e a compactação.

Importante Saber

  • Definição do Objetivo: Antes do plantio, é crucial definir se o foco é apenas cobertura ou pastagem. Para cobertura, recomenda-se cerca de 5 plantas/m²; para pastagem, a densidade deve ser maior, próxima a 10 plantas/m², exigindo cálculo preciso da taxa de semeadura.

  • Cálculo de Sementes (VCG): A quantidade de sementes por hectare deve ser calculada com base no Valor Cultural de Germinação (VCG) e no Peso de Mil Sementes (PMS), evitando populações excessivas que competem com o milho ou insuficientes que falham na cobertura.

  • Manejo da Competição: Em condições onde a forrageira cresce vigorosamente, pode ser necessário o uso de subdoses de herbicidas para travar o desenvolvimento inicial do capim, garantindo que ele não compita por luz, água e nutrientes com o milho, que é a cultura comercial principal.

  • Dessecação Antecipada: O manejo da dessecação da braquiária deve ser planejado com antecedência ao plantio da soja subsequente. Uma dessecação mal feita ou tardia pode causar problemas de alelopatia ou dificultar o plantio da oleaginosa devido ao excesso de massa verde.

  • Benefício para a Soja: Estudos e práticas de campo demonstram que a soja cultivada sobre a palhada de braquiária apresenta maior produtividade, devido à maior conservação de umidade no solo e menor temperatura superficial durante o desenvolvimento inicial da lavoura.

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