Compêndio de Defensivos Agrícolas: Ferramenta para Receituário Seguro
Compêndio de defensivos agrícolas: emissão do receituário agronômico exige consulta fitossanitária assertiva para escolha do produto certo
1 artigo encontrado com a tag " Consulta Fitossanitária"
A consulta fitossanitária é um procedimento técnico essencial na rotina do engenheiro agrônomo e demais profissionais habilitados, consistindo na pesquisa detalhada e verificação de informações sobre produtos defensivos agrícolas para o controle de pragas, doenças e plantas daninhas. No contexto do agronegócio brasileiro, esta etapa precede obrigatoriamente a emissão do Receituário Agronômico, documento legal que autoriza a compra e orienta o uso de agrotóxicos. O processo não se resume apenas a escolher um produto, mas sim a cruzar dados técnicos, legais e agronômicos para garantir que a recomendação seja eficaz e esteja em conformidade com a legislação vigente.
Esta prática envolve a utilização de compêndios agrícolas, bulas de fabricantes e bases de dados oficiais, como o Agrofit do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). O objetivo é identificar qual tecnologia de defesa é registrada e autorizada para uma combinação específica de cultura e alvo biológico. Dada a complexidade da agricultura tropical e a dinâmica das pragas, a consulta fitossanitária serve como um filtro de segurança, assegurando que o manejo adotado respeite as doses recomendadas, os intervalos de segurança e as restrições ambientais.
Além da eficácia agronômica, a consulta fitossanitária possui um forte componente de gestão de risco. Como as bulas e registros sofrem alterações constantes — seja por reavaliações toxicológicas da Anvisa, mudanças nos intervalos de carência ou restrições estaduais de uso —, a consulta em tempo real é a única forma de evitar erros de prescrição. Portanto, ela atua como o elo entre o diagnóstico de campo e a intervenção química ou biológica, garantindo a rastreabilidade e a sustentabilidade do sistema produtivo.
Vinculação Cultura-Alvo: A característica central é a especificidade; o produto consultado deve ter registro ativo tanto para a cultura a ser tratada quanto para o organismo-alvo (praga, doença ou planta daninha) diagnosticado.
Classificação Toxicológica e Ambiental: Fornece dados cruciais sobre o grau de risco do produto à saúde humana (faixas coloridas da Anvisa) e ao meio ambiente (Ibama), determinando os EPIs necessários e cuidados no manuseio.
Parâmetros de Aplicação: Detalha informações técnicas operacionais, como dosagem correta, volume de calda, modalidade de aplicação (aérea ou terrestre) e número máximo de aplicações permitidas por ciclo.
Status Regulatório: Indica se o produto está liberado, suspenso ou proibido, além de verificar o cadastro estadual, já que um produto pode ser federalmente aceito mas restrito em determinadas Unidades da Federação.
Intervalos de Segurança: Especifica o período de carência (tempo entre aplicação e colheita) e o intervalo de reentrada de trabalhadores na área tratada, dados vitais para a segurança alimentar e do trabalho.
Dinâmica de Atualizações: As informações de bulas são extremamente voláteis; levantamentos indicam que uma grande porcentagem de bulas sofre alterações anualmente, exigindo que a consulta seja feita sempre antes de cada nova prescrição, evitando o uso de “receitas de gaveta”.
Responsabilidade Legal: A prescrição em desacordo com as informações obtidas na consulta fitossanitária (bula/rótulo) pode acarretar em multas severas, processos administrativos e responsabilidade civil ou criminal para o profissional que emitiu o receituário.
Manejo de Resistência: A consulta permite identificar o grupo químico e o modo de ação do produto, facilitando a rotação de princípios ativos, uma prática obrigatória para evitar a seleção de pragas e doenças resistentes.
Restrições Estaduais: É fundamental verificar se o produto possui cadastro ativo no estado onde a propriedade rural está localizada, pois a legislação estadual pode ser mais restritiva que a federal.
Tecnologia de Aplicação: A consulta deve observar as condições climáticas ideais e tipos de pontas de pulverização recomendados na bula para evitar deriva e garantir que o produto atinja o alvo com eficiência.
Ajude outros produtores compartilhando este conteúdo sobre Consulta Fitossanitária