Broca-da-Cana: Guia Completo para Identificação e Controle na Lavoura
Broca da cana-de-açúcar: Características, sintomas da praga no canavial e diferentes formas de controle para evitar prejuízos.
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O controle da broca-da-cana refere-se ao conjunto de estratégias de manejo integrado adotadas para monitorar e reduzir a população da praga Diatraea saccharalis em canaviais. Esta é considerada uma das pragas de maior importância econômica para o setor sucroenergético brasileiro, presente em praticamente todas as regiões produtoras. O desafio central deste controle reside no comportamento da lagarta que, após um breve período nas folhas, penetra no colmo da planta, permanecendo protegida em seu interior durante a maior parte do seu ciclo de desenvolvimento.
A efetividade do controle é vital não apenas para preservar o volume de biomassa colhida, mas principalmente para garantir a qualidade da matéria-prima. No Brasil, onde a produção se divide entre açúcar e etanol, a presença da broca impacta diretamente o rendimento industrial. O manejo inadequado pode levar a perdas severas, uma vez que a praga possui um ciclo rápido, de cerca de 90 dias, permitindo a ocorrência de quatro a cinco gerações em um mesmo ano agrícola, o que exige vigilância constante por parte dos produtores e agrônomos.
Hábito Endofítico: A característica mais marcante que dificulta o controle é o fato de a lagarta se alojar dentro do colmo, criando galerias longitudinais e transversais que a protegem de muitos métodos de combate convencionais.
Danos Indiretos e Doenças: Além do dano físico, a broca abre portas para fungos como Colletotrichum falcatum e Fusarium moniliforme, causadores da podridão vermelha, que degradam a sacarose e contaminam o caldo.
Ciclo Multivoltino: A praga apresenta múltiplas gerações por ano (multivoltina), o que significa que o canavial pode sofrer ataques sucessivos e sobrepostos se não houver um manejo contínuo.
Identificação Visual: O monitoramento baseia-se na identificação de mariposas amarelo-palha, posturas de ovos imbricados (sobrepostos como escamas) nas folhas e lagartas de cor branco-leitosa com pontos escuros.
Sintomatologia Específica: A presença da praga é frequentemente sinalizada pelo sintoma de “coração morto” (secamento dos ponteiros) e pelo enraizamento aéreo ou brotações laterais anormais.
Janela de Controle: O momento ideal para intervenções de controle é quando as lagartas ainda estão nos primeiros instares, raspando o parênquima das folhas ou a bainha, antes de perfurarem e entrarem no colmo.
Impacto na Indústria: O controle ineficiente resulta na inversão da sacarose (quebra da molécula de açúcar) causada por fungos oportunistas, o que reduz drasticamente a eficiência da fermentação alcoólica e a produção de açúcar.
Monitoramento é Crucial: Devido ao hábito da praga de se esconder dentro da planta, o monitoramento de campo deve ser rigoroso para identificar a presença de ovos e lagartas recém-eclodidas, evitando aplicações tardias e ineficazes.
Danos Estruturais: O ataque severo enfraquece a estrutura da planta, tornando-a suscetível ao tombamento pela ação do vento, o que dificulta a colheita mecanizada e aumenta as perdas de material no campo.
Comprometimento da Rebrota: O ataque da broca pode causar a morte das gemas laterais, prejudicando o desenvolvimento da cana-soca e reduzindo a longevidade do canavial, exigindo reformas precoces da lavoura.
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