Broca-do-Café: Como Fazer o Controle Eficiente e Reduzir Perdas na Lavoura
Broca-do-café: como identificar em sua lavoura, métodos de controle e de realização do manejo integrado de pragas. Confira!
1 artigo encontrado com a tag " Controle da Broca do Café"
O Controle da Broca do Café refere-se ao conjunto de estratégias de Manejo Integrado de Pragas (MIP) adotadas para combater o Hypothenemus hampei, um pequeno besouro que representa um dos maiores desafios fitossanitários da cafeicultura brasileira. Esta prática é fundamental para a sustentabilidade econômica da lavoura, uma vez que a praga possui a capacidade de sobreviver de uma safra para outra alojada nos frutos remanescentes na planta ou no chão, garantindo sua perpetuação no ciclo produtivo seguinte se não houver intervenção adequada.
A importância deste controle reside no impacto direto que a praga causa na produtividade e na qualidade final do produto. Sem um manejo eficiente, a broca pode ocasionar perdas de até 20% no peso dos grãos colhidos, além de provocar a queda prematura dos frutos. No contexto do agronegócio brasileiro, onde a qualidade é determinante para a exportação, o controle rigoroso é indispensável, visto que o mercado internacional impõe limites estritos de tolerância para grãos brocados.
Tecnicamente, o controle deve ser iniciado com base no comportamento da praga, que possui natureza críptica, ou seja, passa a maior parte do seu ciclo de vida protegida no interior do fruto. As estratégias de combate envolvem desde o monitoramento preciso, iniciado cerca de 80 a 90 dias após a floração (período de trânsito), até a adoção de práticas culturais, como a colheita bem feita para evitar a “ponte verde” entre safras, e o uso racional de métodos químicos ou biológicos quando o nível de dano econômico é atingido.
Natureza Críptica da Praga: O inseto vive e se reproduz no interior do fruto, o que dificulta o alcance de defensivos agrícolas e exige timing preciso para o controle, focado no momento em que a fêmea perfura o fruto.
Ciclo de Vida Rápido: O desenvolvimento completo (ovo, larva, pupa e adulto) ocorre entre 22 e 35 dias, permitindo múltiplas gerações dentro de uma mesma safra se as condições forem favoráveis.
Danos Diretos e Indiretos: Além da redução de peso e queda dos frutos, os furos deixados pela broca servem como porta de entrada para microrganismos, como fungos e bactérias, que deterioram a qualidade da bebida.
Influência Ambiental: Lavouras adensadas, com pouca ventilação e alta umidade favorecem a proliferação da praga, enquanto chuvas intensas (acima de 100mm) ou secas severas atuam como redutores naturais da população.
Seletividade Varietal: Embora ataque todos os tipos de café, a espécie Coffea arabica (café arábica) tende a sofrer prejuízos mais severos em comparação ao Coffea canephora (conilon), que geralmente apresenta maior incidência de outras pragas.
Momento do Monitoramento: A inspeção da lavoura deve começar na época de trânsito da broca, geralmente entre 80 e 90 dias após a grande florada, quando as fêmeas adultas começam a perfurar os frutos para a postura dos ovos.
Janela de Controle: A eficiência do controle químico ou biológico é drasticamente reduzida após a broca penetrar na semente (endosperma), pois o inseto fica protegido; portanto, a ação deve ocorrer quando a praga está na região da coroa do fruto.
Importância da “Varrição”: A colheita eficiente e o repasse (retirada dos frutos que sobraram na planta e no chão) são as medidas culturais mais eficazes para quebrar o ciclo da praga entre as safras.
Impacto na Classificação: A presença de grãos brocados rebaixa a classificação do café na tabela de defeitos, desvalorizando o produto final e podendo inviabilizar lotes destinados à exportação ou cafés especiais.
Sinais de Ataque: O primeiro sinal visível é um pequeno furo na coroa do fruto; inicialmente, pode ser apenas um furo de “marcação” ou prova, seguido pela oviposição cerca de 50 dias depois.
Ajude outros produtores compartilhando este conteúdo sobre Controle da Broca do Café