O que é Controle Da Fusariose

O controle da fusariose refere-se ao conjunto de práticas agronômicas e estratégias de manejo integradas voltadas para prevenir a infecção e a disseminação de fungos do gênero Fusarium nas lavouras. No contexto do agronegócio brasileiro, especialmente na cafeicultura, este controle assume um caráter eminentemente preventivo e cultural. Isso ocorre porque o patógeno, habitante do solo, coloniza os vasos condutores da planta (xilema), causando obstrução do fluxo de seiva, murcha e morte, sendo de difícil erradicação após o estabelecimento da infecção.

A importância prática do controle da fusariose reside na inexistência, até o momento, de fungicidas registrados no Ministério da Agricultura (MAPA) para o tratamento curativo da doença em culturas como o café. Portanto, o termo “controle” não implica na aplicação de um produto para “curar” a planta, mas sim na adoção de protocolos rigorosos para evitar a entrada do fungo. O manejo foca na proteção das “portas de entrada” do patógeno, que são principalmente os ferimentos causados por podas, colheita mecanizada ou tratos culturais inadequados, além da correção de fatores predisponentes no solo.

Principais Características

  • Natureza Preventiva: Devido à falta de controle químico curativo eficiente e registrado, as ações devem focar exclusivamente na prevenção da entrada do fungo e na redução do inóculo no campo.

  • Associação com Ferimentos: A infecção está diretamente ligada a lesões nos tecidos da planta, tornando as operações de poda (recepa ou decote) e a colheita mecanizada momentos críticos para o manejo.

  • Obstrução Vascular: A característica biológica central da doença é o entupimento dos vasos de condução de seiva, o que gera sintomas de murcha e seca de cima para baixo.

  • Sintoma de Podridão Seca: Diferente de outras doenças de solo, a fusariose manifesta-se com uma podridão seca na base do caule (colo da planta), sem o aspecto úmido comum em outras patologias.

  • Incidência em Lavouras Adultas: O problema tende a ser mais frequente e severo em plantações com idade avançada (geralmente acima de 10 anos), que sofreram mais intervenções mecânicas ao longo do tempo.

Importante Saber

  • Higienização de Ferramentas: A desinfecção de tesouras, serras e equipamentos de poda entre uma planta e outra é a medida mais eficaz para evitar a transmissão do fungo de plantas doentes para sadias.

  • Diagnóstico Diferencial: É crucial distinguir a fusariose de outras doenças como a Rhizoctoniose e a Roseliniose; o escurecimento interno do caule e a podridão seca são os principais marcadores visuais da fusariose.

  • Riscos na Renovação: O momento de podas drásticas para renovação da lavoura exige atenção máxima, pois os cortes expostos são a via preferencial de infecção.

  • Fatores de Solo: Solos com alta acidez e excesso de umidade (encharcamento) favorecem o desenvolvimento do fungo Fusarium, exigindo manejo adequado de drenagem e correção de pH.

  • Erradicação de Plantas: Em casos confirmados, pode ser necessário remover a planta doente e destruir os restos culturais para reduzir a carga de patógenos na área, evitando a contaminação de plantas vizinhas.

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