O que é Controle De Capim Colchão

O controle de capim-colchão refere-se ao conjunto de estratégias de manejo integrado voltadas para a supressão de gramíneas do gênero Digitaria, sendo as espécies D. horizontalis, D. ciliaris e D. sanguinalis as mais prevalentes e problemáticas na agricultura brasileira. Estas plantas daninhas são extremamente agressivas e comuns em lavouras de grãos, como soja e milho, além de culturas perenes como cana-de-açúcar e café. O nome popular deriva de sua capacidade de emitir raízes nos nós dos colmos que entram em contato com o solo, formando um denso “colchão” vegetativo que dificulta a colheita e compete severamente por recursos.

A realização de um controle eficiente não se limita apenas à aplicação de herbicidas, mas envolve o entendimento da biologia da planta e o momento correto de intervenção. O capim-colchão possui alta capacidade de disseminação e adaptação, podendo causar perdas significativas de produtividade ao competir por água, luz e nutrientes. Além disso, a presença descontrolada dessa daninha pode comprometer a sanidade da lavoura, servindo de abrigo para outros problemas fitossanitários.

No cenário atual do agronegócio, o controle desta planta exige atenção redobrada devido aos relatos de resistência a herbicidas. O manejo deve ser planejado preferencialmente na entressafra e incluir a rotação de princípios ativos. A identificação correta da espécie presente na área, embora difícil a olho nu, é um passo crucial para definir a estratégia de combate e evitar a seleção de biótipos resistentes que inviabilizem tratamentos futuros.

Principais Características

  • Alta capacidade de propagação: Uma única planta pode produzir, em média, 150 mil sementes leves que são facilmente dispersas pelo vento, além de possuir propagação vegetativa eficiente através do enraizamento dos nós.

  • Hospedeiro de pragas e doenças: As espécies de capim-colchão atuam como hospedeiras alternativas para nematoides e patógenos importantes, como o agente causal da mancha branca do milho, aumentando a pressão de inóculo na lavoura.

  • Semelhança morfológica: As três principais espécies (D. horizontalis, D. ciliaris e D. sanguinalis) são visualmente muito parecidas no campo, exigindo muitas vezes o uso de lupa para observar as espiguetas e realizar a diferenciação precisa.

  • Preferência por fertilidade: Estas plantas daninhas desenvolvem-se com maior vigor e agressividade em solos férteis, o que significa que elas aproveitam diretamente o investimento em adubação feito para a cultura comercial.

  • Resistência registrada: Existe registro oficial no Brasil de biótipos de Digitaria ciliaris resistentes a herbicidas inibidores da ACCase (graminicidas), o que torna o controle químico mais complexo em certas regiões.

Importante Saber

  • O manejo na entressafra é considerado a melhor janela de oportunidade para o controle, permitindo a redução do banco de sementes e a eliminação de plantas adultas antes do plantio da cultura principal.

  • A rotação de mecanismos de ação de herbicidas é fundamental e obrigatória para prevenir a seleção de novas populações resistentes, dado o histórico de resistência já existente no país.

  • A germinação da maioria das espécies de capim-colchão é favorecida pela presença de luz e temperaturas alternadas entre 25°C e 35°C, o que explica sua rápida emergência em solos descobertos.

  • O controle tardio, quando as plantas já formaram o “colchão” e enraizaram nos nós, é significativamente menos eficiente e mais custoso do que o controle em estágios iniciais de desenvolvimento.

  • A identificação correta da espécie é vital, pois embora sejam parecidas, podem apresentar diferentes níveis de suscetibilidade a determinados manejos e comportamentos distintos de germinação (como a D. ciliaris que é indiferente à luz).

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