Fungicida Sistêmico vs. Contato: Qual a Diferença e Quando Usar Cada Um?
Fungicida sistêmico: confira quais as diferenças entre os principais grupos de fungicidas, sua ação e em qual situação deve ser utilizado
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O controle de doenças na soja refere-se ao conjunto de estratégias e práticas de manejo adotadas para prevenir, mitigar ou erradicar patógenos — principalmente fungos, mas também bactérias e vírus — que comprometem o desenvolvimento e a produtividade da cultura. No contexto do agronegócio brasileiro, caracterizado por um clima tropical úmido e grandes extensões de cultivo, esse controle é um dos pilares fundamentais para garantir a rentabilidade da lavoura, visto que doenças como a Ferrugem Asiática, a Mancha Alvo e a Antracnose podem causar perdas severas se não forem manejadas corretamente.
A base desse controle reside no entendimento da interação entre o patógeno, o hospedeiro (a planta de soja) e o ambiente, além da utilização correta de tecnologias de defesa agrícola. Embora existam práticas culturais e genéticas (como uso de cultivares resistentes), o controle químico através de fungicidas permanece como uma ferramenta vital. A eficácia desse manejo depende diretamente da escolha correta entre produtos sistêmicos e de contato, do momento da aplicação (preventivo ou curativo) e da tecnologia de aplicação utilizada para garantir que o produto atinja o alvo biológico desejado.
Classificação pela mobilidade: O controle químico divide-se essencialmente em fungicidas sistêmicos (que são absorvidos e translocados pela planta) e fungicidas de contato (que permanecem na superfície aplicada, formando uma barreira protetora).
Momentos de ação: As estratégias podem ser preventivas (protetoras), impedindo a entrada do fungo; curativas, atuando logo após a penetração mas antes dos sintomas; ou erradicantes, focadas em eliminar o fungo em lesões visíveis, embora com eficácia limitada em infecções avançadas.
Mecanismos de ação: Os produtos atuam interrompendo processos vitais dos fungos, como a respiração celular, a divisão nuclear ou a síntese da membrana e parede celular.
Espectro de controle: O manejo pode utilizar produtos sítio-específicos (atuam em um único ponto do metabolismo do fungo) ou multissítios (atuam em vários pontos simultaneamente), sendo estes últimos essenciais para o manejo de resistência.
Dependência climática: A eficiência do controle está intrinsecamente ligada às condições ambientais, que influenciam tanto a pressão da doença quanto a absorção e a lavagem dos produtos aplicados.
Preventivo é superior ao curativo: Mesmo fungicidas sistêmicos com ação curativa apresentam sua máxima eficiência quando aplicados no início da infecção ou de forma preventiva; aplicações tardias em doenças estabelecidas geralmente resultam em controle insatisfatório.
Manejo de resistência: O uso repetitivo de fungicidas com o mesmo mecanismo de ação (uni-sítio) favorece a seleção de fungos resistentes. A rotação de princípios ativos e a adição de fungicidas multissítios são práticas obrigatórias para a longevidade das tecnologias.
Tecnologia de aplicação: Para fungicidas de contato (imóveis), a cobertura da pulverização deve ser perfeita, pois o produto só protege onde toca. Já os sistêmicos, embora móveis, dependem da translocação pelo xilema, movendo-se geralmente para cima e para as bordas, o que exige cuidado com a cobertura do baixeiro da planta.
Diagnóstico correto: Identificar a doença corretamente e entender seu ciclo é crucial para escolher entre um produto focado em inibição de respiração, alteração de membrana ou outro modo de ação.
Janela de aplicação: O controle eficiente respeita o estádio fenológico da soja e as condições climáticas; o atraso na aplicação, muitas vezes causado por chuvas ou logística, é uma das principais causas de falhas no controle de doenças.
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