Forrageiras na Cobertura do Solo: Proteção e Produtividade
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O controle de erosão compreende um conjunto de práticas agronômicas e de manejo do solo destinadas a prevenir o desgaste, o desprendimento e o transporte de partículas de terra pela ação da água (erosão hídrica) ou do vento (erosão eólica). No contexto da agricultura brasileira, onde predominam climas tropicais e subtropicais com regimes de chuvas torrenciais e concentradas, o foco principal recai sobre a mitigação da erosão hídrica. Este processo é fundamental para a sustentabilidade do agronegócio, pois a perda de solo representa diretamente a perda do patrimônio produtivo da fazenda.
A erosão ocorre quando o solo está desprotegido e exposto ao impacto direto das gotas de chuva, que desagregam as partículas (efeito splash), e ao escoamento superficial da água, que carrega essas partículas para as partes mais baixas do terreno ou para cursos d’água. O controle efetivo busca, portanto, manter o solo coberto o maior tempo possível, utilizando resíduos vegetais (palhada) e plantas vivas (como forrageiras) para dissipar a energia da chuva e aumentar a capacidade de infiltração de água no perfil do solo.
Além de preservar a estrutura física da terra, as técnicas de controle de erosão são essenciais para a manutenção da fertilidade. A camada superficial do solo, que é a primeira a ser levada pela enxurrada, é justamente a mais rica em matéria orgânica e onde se concentram os fertilizantes e corretivos aplicados pelo produtor. Portanto, controlar a erosão não é apenas uma medida ambiental, mas uma estratégia econômica para evitar o desperdício de insumos e garantir a produtividade das lavouras a longo prazo.
Cobertura Permanente do Solo: A presença de palhada ou vegetação viva atua como um escudo físico, impedindo que a gota da chuva atinja o solo com velocidade, evitando a desagregação das partículas.
Aumento da Infiltração de Água: Solos protegidos e com boa estrutura de poros (criados pelas raízes das plantas de cobertura) permitem que a água penetre no perfil em vez de escorrer superficialmente, reduzindo o volume da enxurrada.
Sistema Radicular Agressivo: O uso de forrageiras no controle de erosão contribui através de raízes que “abraçam” o solo, melhorando a agregação das partículas e dificultando o seu transporte.
Redução da Velocidade do Escoamento: A rugosidade criada pela biomassa vegetal na superfície diminui a velocidade da água que escorre, reduzindo seu potencial erosivo e permitindo mais tempo para a absorção.
Preservação da Matéria Orgânica: Ao evitar o carreamento da camada superficial, o sistema mantém o carbono e os nutrientes no local onde as raízes das culturas comerciais (como soja e milho) podem acessá-los.
A camada mais valiosa é a primeira a ir embora: A erosão laminar (aquela que remove camadas finas de solo uniformemente) é muitas vezes imperceptível a olho nu, mas carrega a fração do solo com maior teor de argila, matéria orgânica e nutrientes aplicados.
Desafio do Clima Tropical: No Brasil, especialmente no Cerrado, a alta temperatura e umidade aceleram a decomposição da palhada (“derretimento” da palha). Isso exige um planejamento rigoroso para garantir que haja cobertura no início da estação chuvosa, quando o risco de erosão é máximo.
Relação com a Disponibilidade Hídrica: O controle de erosão está diretamente ligado à economia de água. Ao reduzir o escoamento superficial e a evaporação (pela cobertura), aumenta-se a reserva de água disponível para as plantas enfrentarem veranicos.
Custo da Inação: Não realizar o controle de erosão resulta em prejuízo financeiro direto, pois o produtor precisará repor os nutrientes perdidos e gastar mais com operações de recuperação de solo e maquinário para corrigir sulcos e voçorocas.
Integração com Plantio Direto: O controle de erosão é um dos pilares do Sistema de Plantio Direto (SPD). Sem a produção de biomassa suficiente por meio de forrageiras ou rotação de culturas, o sistema perde eficiência e o solo volta a degradar.
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