Erva-de-Passarinho: Identificação e Controle na Lavoura
Erva-de-passarinho: saiba o que é, quais são as características, como ocorre a disseminação e como realizar o controle no cafeeiro.
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O controle de erva-de-passarinho refere-se ao conjunto de práticas de manejo fitossanitário voltadas para a identificação, supressão e erradicação de plantas hemiparasitas, pertencentes principalmente às famílias Loranthaceae e Santalaceae. No contexto do agronegócio brasileiro, esta atividade é crucial para a manutenção da sanidade de culturas perenes e arbóreas, com destaque para a cafeicultura, citricultura e fruticultura em geral. A presença destas plantas é comum em biomas como o Cerrado e a Amazônia, onde originalmente habitam matas nativas, mas acabam migrando para áreas de produção agrícola devido à ação da avifauna.
A necessidade de controle advém do fato de a erva-de-passarinho estabelecer uma conexão fisiológica direta com a planta hospedeira. Diferente de plantas daninhas comuns que competem por recursos no solo, este parasita desenvolve raízes modificadas que penetram a casca da árvore e se conectam ao xilema. O objetivo do controle é interromper esse processo de extração de água e nutrientes (seiva bruta), que, se não for manejado, leva ao depauperamento, redução drástica da produtividade e até à morte da planta cultivada. O manejo exige monitoramento constante, pois a disseminação é contínua através de pássaros que consomem os frutos da parasita e defecam as sementes viscosas nos galhos das lavouras.
Natureza Hemiparasita: As ervas-de-passarinho realizam fotossíntese, mas dependem obrigatoriamente da planta hospedeira para obter água e sais minerais, o que as classifica como hemiparasitas e não parasitas totais.
Sistema de Haustórios: A principal característica biológica que exige controle é a presença de haustórios, raízes sugadoras que rompem os tecidos do hospedeiro para acessar o sistema vascular (xilema).
Disseminação Zoocórica: A propagação é realizada quase exclusivamente por pássaros, que ingerem os frutos e depositam as sementes envoltas em uma substância pegajosa (viscina) nos galhos, facilitando a fixação imediata.
Amplo Espectro de Hospedeiros: Embora afete severamente o café, a praga é polífaga, atacando também citros, mangueiras, goiabeiras e espécies florestais ou de arborização urbana.
Ciclo Perene: Trata-se de uma planta perene, o que significa que, uma vez instalada, ela continuará crescendo e extraindo recursos indefinidamente até que uma intervenção de controle (geralmente poda) seja realizada.
Diferenciação de Epífitas: É fundamental não confundir a erva-de-passarinho com plantas epífitas (como orquídeas, bromélias e musgos). As epífitas usam a árvore apenas como suporte físico e não causam danos diretos, não exigindo controle agressivo.
Método de Poda: O controle mecânico é a forma mais eficaz. Ao realizar a poda, deve-se cortar o galho da planta hospedeira alguns centímetros abaixo do ponto de inserção da parasita para garantir a remoção total dos haustórios internos.
Identificação Visual: A praga possui caule com nós e entrenós bem definidos e folhas que geralmente diferem em formato e cor das folhas da cultura hospedeira, facilitando a inspeção visual no campo.
Impacto no Estresse Hídrico: Em períodos de seca ou veranicos, a presença da erva-de-passarinho agrava severamente o estresse hídrico da lavoura, pois ela continua transpirando e sugando água da planta mãe, acelerando a perda de vigor.
Monitoramento de Bordaduras: As áreas próximas a matas nativas ou reservas legais costumam apresentar maior incidência de infestação, exigindo vistorias mais frequentes nas bordas dos talhões.
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