Guia Completo: As 8 Principais Doenças do Trigo e Como Fazer o Manejo Correto
Doenças do trigo: conheça os principais sintomas para identificá-las na lavoura e as medidas de manejo mais eficientes
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O controle de fungos no trigo refere-se ao conjunto de estratégias e práticas de manejo integrado adotadas para prevenir, monitorar e combater doenças fúngicas que afetam a cultura, desde o sistema radicular até as espigas. No Brasil, onde o trigo é uma das principais culturas de inverno, o clima úmido e as temperaturas oscilantes em determinadas regiões criam um ambiente favorável para a proliferação de patógenos como Fusarium graminearum (causador da Giberela), Puccinia triticina (Ferrugem da folha) e Bipolaris sorokiniana (Helmintosporiose e Podridão Comum).
A importância prática desse controle reside na proteção do potencial produtivo da lavoura e na garantia da qualidade sanitária do grão. Doenças fúngicas não controladas podem resultar em perdas severas de rendimento, chegando a comprometer totalmente a formação dos grãos ou gerar produtos “chochos” e enrugados. Além da perda de volume, o controle é vital para evitar a contaminação por micotoxinas, substâncias tóxicas produzidas por certos fungos que desvalorizam o produto comercialmente e representam riscos à saúde humana e animal.
Para ser eficiente, o controle de fungos não deve se basear apenas na aplicação reativa de fungicidas. Ele exige um planejamento que engloba a escolha de sementes sadias e tratadas, a rotação de culturas para quebrar o ciclo de fungos que sobrevivem em restos culturais (necrotróficos) e o monitoramento constante das condições climáticas e do estágio fenológico da planta, especialmente durante o período crítico de floração.
Diversidade de Patógenos: O controle deve abranger diferentes tipos de fungos que atacam partes distintas da planta, incluindo doenças de solo (podridões radiculares), doenças foliares (ferrugens e manchas) e doenças de espiga (giberela).
Dependência Climática: A eficácia do controle e a pressão da doença estão diretamente ligadas a fatores ambientais, principalmente a duração do molhamento foliar e temperaturas específicas (como os 30°C favoráveis à Giberela).
Janelas de Aplicação Críticas: Existem momentos decisivos para a intervenção química, sendo o início da floração o ponto mais sensível para a proteção da espiga contra a entrada de fungos que afetam a formação do grão.
Persistência no Inóculo: Muitos fungos causadores de doenças no trigo, como os gêneros Bipolaris e Fusarium, possuem a capacidade de sobreviver em sementes infectadas e na palhada de cultivos anteriores (milho, cevada, triticale), exigindo manejo de entressafra.
Impacto na Qualidade Industrial: O controle fúngico é determinante para o Peso Hectolitro (PH) e para a segurança alimentar, visando reduzir a presença de grãos giberelados e contaminados por micotoxinas.
Tratamento de Sementes (TS): É a primeira linha de defesa. Como a semente é a principal fonte de inóculo para doenças como a Podridão Comum das Raízes e a Giberela, o uso de fungicidas específicos no TS é indispensável para garantir um estande inicial sadio.
Rotação de Culturas: A monocultura ou a sucessão de gramíneas (como trigo após milho) favorece a permanência de fungos no solo. A rotação com plantas não hospedeiras é fundamental para reduzir a carga de patógenos na área.
Monitoramento e Identificação: É crucial saber diferenciar doenças fúngicas de bacterioses (como a Estria Bacteriana) ou viroses, pois o manejo químico com fungicidas não tem efeito sobre bactérias ou vírus, evitando gastos desnecessários.
Manejo da Giberela: Esta é uma das doenças mais complexas, pois o fungo infecta a flor. O controle químico deve ser preventivo e realizado no momento exato da floração, pois aplicações tardias têm baixa eficiência na recuperação do dano.
Resistência Genética: Sempre que possível, deve-se optar por cultivares com maior tolerância ou resistência genética às principais doenças da região, reduzindo a dependência exclusiva do controle químico.
Tecnologia de Aplicação: A qualidade da pulverização é tão importante quanto o produto escolhido. Garantir a cobertura adequada das folhas e, principalmente, da espiga, é essencial para que o fungicida atinja o alvo e proteja a planta efetivamente.
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