O que é Controle De Lagartas No Milho

O controle de lagartas no milho refere-se ao conjunto de estratégias agronômicas destinadas a monitorar e reduzir a população de insetos-praga da ordem Lepidoptera, com ênfase principal na lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda). No contexto do agronegócio brasileiro, esta prática é fundamental para a viabilidade econômica da lavoura, uma vez que o clima tropical e os sistemas de sucessão de culturas (como soja e milho safrinha) favorecem a permanência e a reprodução contínua dessas pragas no campo durante todo o ano.

A abordagem mais eficaz não se limita à aplicação isolada de defensivos agrícolas, mas baseia-se no Manejo Integrado de Pragas (MIP). O objetivo central é manter a população da praga abaixo do nível de dano econômico, protegendo a planta em seus diversos estágios fenológicos, desde a emergência das plântulas até a formação das espigas. O controle eficiente exige o entendimento do ciclo biológico da praga, que é curto e agressivo, e a utilização combinada de métodos culturais, biológicos e químicos para evitar perdas severas de produtividade e qualidade dos grãos.

Principais Características

  • Polifagia da Praga Alvo: A principal lagarta a ser controlada, a Spodoptera frugiperda, é um inseto polífago, capaz de se alimentar de cerca de 100 espécies de plantas. Isso permite que ela sobreviva e se multiplique em outras culturas ou plantas daninhas antes de migrar para o milho, dificultando o controle isolado.

  • Danos em Múltiplos Estágios: O ataque ocorre durante todo o ciclo da cultura. As lagartas podem cortar plântulas rente ao solo (hábito de lagarta rosca), alojar-se no cartucho (causando desfolha e destruição do ponto de crescimento) e atacar diretamente as espigas, comprometendo os grãos.

  • Ciclo Reprodutivo Rápido: Em condições tropicais como as do Brasil, o ciclo de vida da lagarta varia de 12 a 30 dias. Isso resulta em múltiplas gerações dentro de uma mesma safra, exigindo vigilância constante e janelas de aplicação precisas.

  • Hábito de Proteção: Uma característica marcante é o alojamento da praga no interior do cartucho do milho, onde ela fica protegida pelas folhas e por seus próprios excrementos. Isso cria uma barreira física que dificulta o alcance dos inseticidas de contato, exigindo tecnologias de aplicação específicas.

  • Dependência do Monitoramento: A eficácia do controle é diretamente proporcional à qualidade do monitoramento. A identificação precoce da presença de ovos ou lagartas pequenas (antes de entrarem no cartucho) é determinante para o sucesso das intervenções.

Importante Saber

  • O Perigo do Controle Químico Isolado: O uso exclusivo e repetitivo de inseticidas, sem rotação de mecanismos de ação e sem base no monitoramento, é um erro comum que acelera a seleção de populações resistentes, tornando os produtos ineficazes a longo prazo.

  • Sintoma de “Coração Morto”: Quando a lagarta perfura a base da planta ou o ponto de crescimento no interior do cartucho, ocorre o sintoma conhecido como “coração morto”, que inviabiliza a produção daquela planta específica, gerando perdas diretas de estande.

  • Nível de Dano Econômico: Não é necessário (nem economicamente viável) eliminar 100% das lagartas. O controle deve ser acionado apenas quando a população da praga atinge o nível de controle preestabelecido pelo MIP, evitando gastos desnecessários e impacto ambiental excessivo.

  • Importância da Tecnologia de Aplicação: Devido ao comportamento da lagarta de se esconder dentro do cartucho, o volume de calda, o tipo de ponta de pulverização e o horário da aplicação são tão importantes quanto a escolha do produto químico para garantir que o ativo atinja o alvo.

  • Preservação de Inimigos Naturais: O controle biológico natural (predadores e parasitoides) é um aliado importante. O uso indiscriminado de inseticidas de amplo espectro pode eliminar esses organismos benéficos, causando desequilíbrio e ressurgência da praga com maior intensidade.

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