O que é Controle De Pragas Do Algodão

O controle de pragas do algodão refere-se ao conjunto de estratégias agronômicas e práticas de manejo destinadas a proteger a cultura do algodoeiro contra a ação de insetos que comprometem a produtividade e a qualidade da fibra. No cenário agrícola brasileiro, esta é uma das etapas mais críticas e onerosas do ciclo produtivo, uma vez que o algodão é cultivado em sistemas intensivos — frequentemente em rotação com soja e milho — que fornecem alimento constante para as pragas, favorecendo sua multiplicação e permanência na área durante todo o ano.

Tradicionalmente, o controle baseava-se quase exclusivamente no uso intensivo de inseticidas químicos. No entanto, devido aos altos custos e aos riscos de resistência, a abordagem moderna prioriza o Manejo Integrado de Pragas (MIP). O MIP do algodão busca harmonizar o controle químico com métodos biológicos, culturais e o conhecimento da fisiologia da planta. O objetivo central não é a erradicação total dos insetos, mas a manutenção de suas populações abaixo do nível de dano econômico, garantindo a rentabilidade do produtor e a sustentabilidade do agroecossistema.

Principais Características

  • Alta pressão de pragas: O algodoeiro possui nectários extraflorais (glândulas que produzem néctar) em suas folhas e estruturas, o que atrai naturalmente uma grande diversidade de insetos para a lavoura.

  • Custo elevado de produção: O controle de insetos representa uma fatia significativa do orçamento, chegando a corresponder a cerca de 20% do custo total de produção em regiões de alta tecnologia, como o Mato Grosso.

  • Capacidade de compensação da planta: O algodoeiro tem a característica fisiológica de tolerar certos níveis de desfolha e de abortar naturalmente estruturas reprodutivas, o que deve ser considerado antes de realizar aplicações.

  • Dependência do monitoramento: A eficácia do controle depende diretamente de vistorias constantes para identificar a presença de pragas e de inimigos naturais, evitando aplicações calendarizadas sem necessidade técnica.

  • Importância dos inimigos naturais: O sistema produtivo conta com predadores e parasitoides que, se preservados pelo uso de inseticidas seletivos, podem ser responsáveis pelo controle natural de 60% a 70% das pragas.

Importante Saber

  • O Bicudo é a ameaça prioritária: O bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) é a praga mais destrutiva da cultura, podendo causar perdas de até 60% na produtividade e exigindo, em média, um número elevado de pulverizações por ciclo.

  • Diferencie queda natural de ataque: A planta de algodão descarta fisiologicamente entre 60% e 70% de seus botões florais e maçãs; portanto, a presença de estruturas no solo nem sempre indica falha de controle ou ataque severo de pragas.

  • Foco na primeira posição: As maçãs localizadas na primeira posição (primeiro nó) dos ramos frutíferos são as responsáveis pela maior parte do peso final e da produtividade, devendo ser o foco principal da proteção fitossanitária.

  • Manejo cultural é essencial: A destruição dos restos culturais (soqueira) logo após a colheita e o respeito ao vazio sanitário são medidas obrigatórias para quebrar o ciclo biológico das pragas e reduzir a infestação na safra seguinte.

  • Tolerância à desfolha: Nem toda perda de área foliar exige controle químico imediato; o excesso de folhas pode até sombrear o baixeiro e reduzir a fotossíntese, de modo que pequenas desfolhas por lagartas podem não impactar o rendimento final.

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