Bicudo-da-Soja: Guia Completo para Identificação, Danos e Manejo
Bicudo-da-soja ou tamanduá-da-soja é uma das pragas que vêm ganhando importância na cultura. Conheça suas características e hábitos!
1 artigo encontrado com a tag " Controle do Bicudo da Soja"
O controle do bicudo-da-soja (Sternechus subsignatus), também conhecido como tamanduá-da-soja, refere-se ao conjunto de estratégias de manejo integrado destinadas a mitigar os danos causados por este coleóptero na lavoura. Historicamente considerada uma praga secundária, o bicudo ganhou relevância econômica nos últimos anos, especialmente nos estados do Sul do Brasil (RS, SC e PR), devido a alterações nos sistemas de produção que favoreceram sua permanência e multiplicação. O inseto ataca a cultura durante todo o ciclo, exigindo monitoramento constante e ações assertivas.
A complexidade do controle desta praga reside em seu comportamento e ciclo biológico. O bicudo-da-soja possui hábitos crípticos, ou seja, tende a se esconder na parte inferior das folhas, nas hastes ou sob a palhada, dificultando a visualização e o alcance de defensivos agrícolas. Além disso, as larvas hibernam no solo durante a entressafra, enterrando-se a profundidades de 5 a 10 cm, o que permite que a população sobreviva de uma safra para outra. Portanto, o controle efetivo não se resume apenas à aplicação de inseticidas, mas envolve a identificação correta e o entendimento da dinâmica populacional na área.
A importância de um controle rigoroso justifica-se pelo potencial destrutivo do inseto. O ataque ocorre em duas frentes: os adultos rasparam o caule, podendo levar à quebra e morte de plantas jovens (redução de estande), enquanto as larvas se desenvolvem no interior da haste principal, formando galhas que comprometem o fluxo de seiva e a estrutura da planta. Sem o manejo adequado, especialmente nas fases iniciais da cultura, os prejuízos podem ser severos, chegando à perda total de talhões em situações de alta infestação.
O adulto é um besouro da família Curculionidae, medindo cerca de 8 mm, de cor escura com listras amarelas e caracterizado pelo rostro (bico) alongado.
As larvas são ápodas (sem pernas), brancas com cabeça castanha, e desenvolvem-se no interior da haste principal da soja.
O sintoma mais visual do ataque das larvas é a formação de galhas caulinares (inchaços ou calos) no local onde a fêmea realizou a postura dos ovos.
Os adultos causam danos através da “raspagem” da epiderme das hastes, deixando o tecido com aspecto desfiado, o que é crítico em plantas com pouca lignificação.
A praga apresenta um comportamento de hibernação no solo durante a entressafra, permanecendo inativa até o próximo ciclo da cultura.
O inseto possui hábito de cair no solo e fingir-se de morto (tanatose) quando perturbado, o que pode dificultar o monitoramento visual rápido.
O período mais crítico para o controle é a fase inicial de desenvolvimento vegetativo da soja, pois o ataque dos adultos às hastes finas pode causar o tombamento e morte da planta.
O monitoramento deve ser minucioso, inspecionando a parte abaxial (inferior) das folhas e os restos culturais no solo, locais preferidos de abrigo dos adultos.
A presença de galhas indica que o ciclo da praga já avançou para a fase larval interna; neste estágio, o controle químico é ineficaz contra a larva que já está dentro da haste.
Devido ao canibalismo entre as larvas, geralmente encontra-se apenas um indivíduo por galha, mas uma única planta pode apresentar múltiplas galhas, enfraquecendo sua estrutura.
O manejo deve considerar o histórico da área, pois a hibernação no solo faz com que a praga seja recorrente em talhões específicos se não houver rotação de culturas ou manejo de solo adequado.
A identificação correta diferencia o bicudo-da-soja de outros curculionídeos, permitindo a escolha das ferramentas de manejo mais adequadas para evitar gastos desnecessários.
Ajude outros produtores compartilhando este conteúdo sobre Controle do Bicudo da Soja