Módulo 3 - Aula 2: Identificação Visual e Níveis de Controle das Principais Pragas em Grãos
Aprenda a identificar visualmente as principais pragas da soja e milho e conheça os níveis de controle técnicos para decisão de aplicação
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O Controle de Pragas no agronegócio brasileiro refere-se ao conjunto de estratégias e táticas empregadas para manter as populações de insetos e outros organismos nocivos abaixo do Nível de Dano Econômico (NDE). Diferente da simples erradicação, o foco moderno, fundamentado no Manejo Integrado de Pragas (MIP), prioriza a convivência racional com o agroecossistema, intervindo apenas quando o custo do controle é inferior ao prejuízo potencial que a praga causaria à lavoura. No Brasil, devido ao clima tropical e ao sistema de sucessão de culturas (como soja-milho), a pressão de pragas é constante, exigindo gestão técnica apurada.
A eficiência desse processo depende diretamente do abandono de aplicações calendarizadas em favor de decisões baseadas em dados reais de monitoramento. Isso envolve a identificação correta das espécies — distinguindo pragas-chave como o complexo de lagartas e percevejos de insetos não-alvo — e o uso de ferramentas precisas, como o pano-de-batida, para quantificar a infestação. O objetivo é determinar o momento exato da intervenção (Nível de Controle), maximizando a eficácia dos defensivos e minimizando o impacto ambiental.
Economicamente, o controle assertivo é vital para a sustentabilidade da fazenda. Dados do setor indicam que o manejo incorreto pode causar perdas médias de 23% da produção nacional de grãos. Além de proteger a produtividade, o controle técnico evita gastos desnecessários com aplicações tardias ou preventivas sem justificativa, que podem gerar prejuízos de centenas de reais por hectare, além de acelerar a resistência das pragas aos princípios ativos disponíveis.
Fundamentação no monitoramento sistemático e quantitativo, utilizando métodos padronizados como o pano-de-batida (para soja) e inspeção visual ou armadilhas (para milho) para garantir confiabilidade estatística superior a 95%.
Utilização rigorosa de Níveis de Controle (NC) específicos para cada praga e estádio fenológico, acionando o tratamento apenas quando a população atinge o limiar que justifica o custo da aplicação.
Necessidade de identificação visual precisa das espécies, diferenciando morfologicamente pragas semelhantes (como Helicoverpa armigera e Helicoverpa zea) para escolher a estratégia de combate adequada.
Integração de múltiplas táticas de manejo, combinando controle químico, biológico, cultural e o uso de biotecnologia (plantas Bt), visando a sustentabilidade do sistema produtivo a longo prazo.
Foco na preservação da tecnologia e prevenção da resistência, rotacionando mecanismos de ação de inseticidas para estender a vida útil dos produtos químicos e das traits genéticas.
O timing da aplicação é crítico para o sucesso financeiro; o controle de lagartas é significativamente mais eficiente e barato quando realizado nos instares iniciais (menores que 1,5 cm), antes que causem desfolha severa ou danos irreversíveis às estruturas reprodutivas.
Aplicações baseadas em calendário ou “cheirinho” frequentemente resultam em ROI negativo, pois grande parte delas é realizada sem atingir o Nível de Controle, desperdiçando recursos e eliminando inimigos naturais essenciais.
A resistência de pragas a inseticidas e proteínas Bt pode se desenvolver rapidamente (3 a 5 safras) se não houver rotação de princípios ativos e adoção correta de áreas de refúgio, tornando o controle químico futuro ineficaz.
O uso de produtos seletivos deve ser priorizado para manter a população de inimigos naturais no campo, que realizam um controle biológico gratuito e auxiliam na manutenção do equilíbrio do agroecossistema.
A amostragem deve seguir rigor técnico quanto ao número de pontos por talhão e método de execução (ex: inclinação correta das plantas sobre o pano); erros na amostragem levam a diagnósticos falsos e podem custar a produtividade da safra.
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