Artigos sobre Cooperativismo no Agronegócio

O que é Cooperativismo No Agronegócio

O cooperativismo no agronegócio é um modelo de organização socioeconômica em que produtores rurais — sejam agricultores, pecuaristas ou pescadores — se unem voluntariamente para satisfazer necessidades econômicas, sociais e culturais comuns. Diferente de uma empresa mercantil tradicional, que visa o lucro sobre o capital investido pelos acionistas, a cooperativa tem como foco o desenvolvimento e a prestação de serviços aos seus associados. No contexto brasileiro, esse sistema é fundamental para garantir competitividade, permitindo que produtores de diferentes portes tenham acesso a mercados e tecnologias que seriam inacessíveis individualmente.

Na prática, a cooperativa atua como uma extensão da propriedade rural. Ela centraliza operações de compra de insumos, armazenamento, processamento e comercialização da safra, gerando ganho de escala. Isso fortalece o produtor diante das oscilações do mercado e dos desafios climáticos, transformando a organização em uma parceira estratégica. O modelo é regido por legislação específica e baseia-se na gestão democrática, onde os próprios produtores definem os rumos do negócio através de assembleias e conselhos.

Principais Características

• Gestão Democrática: O controle da organização é exercido pelos próprios membros, seguindo o princípio de “um homem, um voto”, independentemente da quantidade de capital investido por cada um.

• Economia de Escala: A união dos produtores permite a compra de grandes volumes de insumos (sementes, fertilizantes, defensivos) com preços reduzidos e melhores condições de pagamento.

• Distribuição de Sobras: Caso a cooperativa obtenha resultados positivos (lucro) ao final do exercício, esse valor é distribuído entre os cooperados proporcionalmente às operações que cada um realizou com a cooperativa, ou reinvestido na estrutura conforme decisão em assembleia.

• Propriedade Coletiva: Ao se associar, o produtor adquire cotas-partes, tornando-se dono de uma fração do capital social da cooperativa e tendo direito a usufruir de toda a infraestrutura disponível.

• Intercooperação e Diversificação: Existem diferentes tipos de cooperativas que podem atuar de forma integrada, incluindo as de produção, crédito rural, infraestrutura (armazenagem) e comercialização.

Importante Saber

• Acesso a Tecnologia e Inovação: Cooperativas facilitam o acesso a maquinários modernos, drones e softwares de gestão rural, diluindo custos que seriam proibitivos para a aquisição individual, especialmente para pequenos e médios produtores.

• Assistência Técnica Especializada: Um dos grandes diferenciais é a disponibilização de equipes de agrônomos e veterinários que oferecem suporte técnico personalizado, auxiliando no manejo correto e na tomada de decisões agronômicas.

• Facilidade de Crédito: As cooperativas de crédito ou seções de crédito das cooperativas de produção costumam oferecer taxas de juros mais atrativas e menos burocracia, atuando muitas vezes como repassadoras de linhas governamentais como o Pronaf.

• Segurança na Armazenagem: O sistema cooperativista oferece infraestrutura robusta para a recepção, limpeza, secagem e armazenagem de grãos, permitindo que o produtor comercialize sua safra em momentos de preços mais favoráveis.

• Ato Cooperativo: As operações realizadas entre a cooperativa e seus associados são denominadas “atos cooperativos” e possuem tratamento tributário diferenciado, o que pode reduzir a carga fiscal sobre a atividade produtiva.