Corda-de-Viola: Guia Completo para Identificar e Controlar esta Planta Daninha
Planta daninha corda-de-viola: confira as principais características e os herbicidas mais eficientes para controle dessa invasora
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A corda-de-viola (Ipomoea sp.), também conhecida popularmente em diversas regiões do Brasil como corriola, campainha ou amarra-amarra, é uma planta daninha de grande relevância econômica para o agronegócio nacional. Pertencente à família Convolvulaceae, esta invasora é caracterizada pelo seu hábito trepador e ciclo anual, infestando predominantemente culturas de verão de alto valor comercial, como soja, milho, arroz e cana-de-açúcar. A sua presença é amplamente distribuída em todo o território brasileiro, adaptando-se bem a diferentes condições climáticas e tipos de solo.
O principal desafio imposto pela corda-de-viola reside na sua biologia e na interação física com as culturas. Diferente de outras invasoras que apenas competem por recursos do solo, a corda-de-viola utiliza as plantas cultivadas como suporte para seu crescimento, enrolando-se nelas. Isso não apenas sombreia a cultura, prejudicando a fotossíntese, mas também causa o tombamento das plantas e dificulta severamente as operações agrícolas. Além disso, a espécie apresenta uma tolerância natural ao glifosato, o que torna seu controle complexo em sistemas de produção que dependem exclusivamente desse herbicida, como nas lavouras de soja RR.
Os prejuízos causados por esta planta vão além da competição por água, luz e nutrientes. Estudos agronômicos indicam que a infestação não controlada pode reduzir a produtividade da soja em mais de 40% e causar perdas de até 20 sacas por hectare no milho. No entanto, o dano mais visível ocorre no momento da colheita: a massa vegetal fibrosa formada pela corda-de-viola trava os mecanismos das colhedoras, causando o fenômeno conhecido como “embuchamento”, que gera paradas constantes, desgaste prematuro de peças e aumento significativo nos custos operacionais.
Hábito de crescimento trepador volúvel, com caules finos, longos e fibrosos que podem atingir até 3 metros de comprimento, permitindo que a planta escale e sufoque a cultura.
Folhas largas com morfologia variável entre as espécies (mais de 140 catalogadas), podendo apresentar formatos inteiros (cordiformes) ou com recortes (lobadas).
Flores vistosas em formato de funil ou sino, com coloração que varia tipicamente do branco ao roxo ou rosa, facilitando a identificação visual no campo.
Reprodução realizada exclusivamente via sementes, que possuem alta viabilidade e garantem a persistência da infestação através do banco de sementes no solo.
Tolerância natural a herbicidas à base de glifosato, exigindo a utilização de outros mecanismos de ação para um controle químico efetivo.
Ciclo de desenvolvimento coincidente com as principais culturas anuais de verão, intensificando a competição nos estágios vegetativos e reprodutivos da lavoura.
O momento ideal para o controle químico é na pré-emergência ou na pós-emergência inicial (estádio de plântula), antes que a corda-de-viola comece a emitir as ramas e se enrolar na cultura.
A perda da janela de aplicação torna o controle extremamente difícil, pois a planta ganha rusticidade e a cobertura da cultura impede que o herbicida atinja o alvo adequadamente.
A presença desta daninha é uma das principais causas de danos mecânicos em colhedoras, provocando superaquecimento de motores e quebra de componentes das plataformas de corte devido à resistência de suas fibras.
O manejo deve focar na redução do banco de sementes do solo ao longo das safras, evitando que as plantas cheguem à fase reprodutiva e disseminem novas sementes na área.
Em infestações severas, o entrelaçamento dos ramos pode causar o acamamento (tombamento) total da cultura, inviabilizando a colheita mecanizada e obrigando o abandono de partes da lavoura.
A identificação correta da espécie de Ipomoea presente na área é recomendada, pois pode haver variações na suscetibilidade a diferentes herbicidas entre as distintas espécies do gênero.
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