O que é Corós Na Soja

Os corós são larvas de besouros da família Melolonthidae (ordem Coleoptera) que atuam como pragas de solo severas na cultura da soja. No contexto do agronegócio brasileiro, eles representam uma das principais ameaças iniciais à lavoura, atacando o sistema radicular das plantas logo após a germinação. O termo “coró” é uma designação genérica para diversas espécies, sendo as mais comuns no Brasil pertencentes aos gêneros Phyllophaga, Cyclocephala, Diloboderus e Liogenys.

O impacto econômico dessa praga é significativo, pois as larvas consomem as raízes e nódulos da soja, diminuindo a capacidade da planta de absorver água e nutrientes. Em casos de alta infestação, ocorre a morte das plântulas, resultando em falhas no estande e na necessidade de replantio. A incidência de corós tem se tornado mais frequente e problemática em áreas de Sistema de Plantio Direto (SPD), uma vez que a ausência de revolvimento do solo favorece a sobrevivência e o ciclo de vida dessas larvas, protegendo-as de predadores naturais e da dessecação solar.

Principais Características

  • Morfologia: As larvas possuem corpo branco ou creme, cabeça escura e três pares de pernas torácicas, ficando posicionadas permanentemente em formato de “C” (escarabeiforme). Podem atingir até 4 cm de comprimento.

  • Localização no Perfil do Solo: Concentram-se geralmente na camada de 20 cm a 30 cm de profundidade, movendo-se verticalmente conforme a umidade e temperatura do solo.

  • Ciclo de Vida: A maioria das espécies possui uma geração por ano (univoltinas). A fase larval, que é a fase de dano, é longa (podendo durar até 250 dias) e coincide com o período de chuvas e a época de semeadura da soja.

  • Padrão de Ataque: A infestação na lavoura não ocorre de maneira uniforme, mas sim em “reboleiras”, que são manchas concentradas de plantas atacadas, facilitando a identificação visual de áreas problemáticas.

  • Sintomas na Planta: As plantas atacadas apresentam desenvolvimento retardado, amarelamento, murcha e morrem facilmente, podendo ser arrancadas do solo com pouco esforço devido à destruição das raízes.

Importante Saber

  • Monitoramento Prévio é Crucial: A vistoria deve ser feita antes do plantio através da abertura de trincheiras no solo para quantificar a população de larvas. Não há métodos curativos eficientes após a cultura estar estabelecida; o controle deve ser preventivo.

  • Estratégias de Controle Químico: O Tratamento de Sementes (TS) e a aplicação de inseticidas no sulco de semeadura são as principais ferramentas para proteger as plântulas durante a fase crítica de desenvolvimento inicial.

  • Influência da Época de Semeadura: O atraso na semeadura pode expor a cultura a larvas em estágios de desenvolvimento mais avançados e vorazes, aumentando o potencial de dano. O plantio no início da janela recomendada tende a enfrentar larvas menores.

  • Manejo do Solo: Em sistemas convencionais, o revolvimento do solo (aragem ou gradagem) expõe as larvas a predadores (como pássaros) e à radiação solar, reduzindo a população. No Plantio Direto, o equilíbrio biológico e a rotação de culturas são fundamentais.

  • Nível de Controle: A decisão de aplicar defensivos deve basear-se no histórico da área e na amostragem de solo. Aplicações “no escuro” aumentam custos e podem não atingir o alvo, que se encontra protegido abaixo da superfície.

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