Calagem: Guia para Corrigir Acidez do Solo e Aumentar Produtividade
O que é calagem e como fazer. Listamos Curiosidades em 5 casos especiais para você entender como você pode ter rentabilidade na sua lavoura com está prática agr
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A correção da acidez do solo é uma prática de manejo essencial na agricultura tropical, especialmente no Brasil, onde os solos são naturalmente ácidos devido aos intensos processos de intemperismo e lixiviação de bases. O procedimento consiste na aplicação de materiais com caráter básico — sendo a calagem (uso de calcário) o método mais difundido — com o objetivo de elevar o pH do solo para faixas ideais, geralmente entre 5,5 e 6,5. Essa neutralização é crítica para eliminar a presença de alumínio tóxico (Al³⁺), que inibe o desenvolvimento do sistema radicular das plantas.
Além de ajustar o pH, essa prática atua diretamente na construção da fertilidade do perfil do solo. Ao corrigir a acidez, o produtor desbloqueia o potencial produtivo da lavoura, pois solos ácidos tendem a fixar quimicamente nutrientes essenciais, como o fósforo, tornando-os indisponíveis para as culturas. A correção também fornece macronutrientes secundários fundamentais, como Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg), e eleva a Capacidade de Troca de Catiões (CTC), melhorando a habilidade do solo em reter e disponibilizar nutrientes para as plantas ao longo do ciclo produtivo.
Neutralização de Elementos Tóxicos: Elimina ou reduz drasticamente a concentração de alumínio e manganês em níveis tóxicos, que prejudicam a divisão celular e o crescimento das raízes.
Aumento da Disponibilidade de Nutrientes: Maximiza o aproveitamento da adubação, pois a maioria dos nutrientes essenciais (como Nitrogênio, Fósforo e Potássio) tem sua absorção otimizada em faixas de pH próximas à neutralidade.
Fornecimento de Ca e Mg: Os corretivos atuam como fertilizantes ao suprir Cálcio e Magnésio, variando a concentração conforme o tipo de calcário utilizado (calcítico, magnesiano ou dolomítico).
Melhoria da Atividade Biológica: Um pH equilibrado favorece a atividade de microrganismos benéficos no solo, essenciais para a decomposição da matéria orgânica e ciclagem de nutrientes.
Dependência do PRNT: A eficiência da correção está atrelada ao Poder Relativo de Neutralização Total (PRNT) do produto, que indica a qualidade, a pureza química e a granulometria (finura) das partículas, influenciando a velocidade de reação.
Tempo de Reação: O calcário não reage imediatamente; é necessário planejar a aplicação com antecedência (geralmente 3 meses antes do plantio) e garantir que haja umidade no solo para que a correção química ocorra efetivamente.
Risco de Compactação: A aplicação não deve ser realizada com o solo encharcado, pois o tráfego de máquinas nessas condições causa compactação severa, anulando os benefícios químicos com prejuízos físicos à estrutura do solo.
Análise de Solo é Obrigatória: A quantidade e o tipo de corretivo devem ser definidos exclusivamente através de análise de solo recente, para evitar a supercalagem (que pode bloquear micronutrientes) ou subdosagem.
Custo-Benefício: Embora represente uma parcela pequena do custo total de produção (estimada em cerca de 5%), a correção da acidez é pré-requisito para a eficiência dos fertilizantes, que são os insumos mais caros da lavoura.
Manejo em Plantio Direto: Em sistemas consolidados de Plantio Direto, onde não há revolvimento do solo, a correção é feita em superfície, exigindo monitoramento cuidadoso da estratificação química e da acidez nas camadas superficiais.
Sazonalidade: Em regiões com estações de seca e chuva bem definidas, a aplicação deve ser estratégica, preferencialmente no final do período chuvoso ou com antecedência suficiente para aproveitar as últimas chuvas antes do plantio.
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