O que é Cotação Do Milho

A cotação do milho refere-se ao valor de mercado atribuído à saca de 60 kg do grão, servindo como o principal indicador econômico para a comercialização desta commodity no Brasil. Este valor não é estático; ele oscila diariamente em função de uma complexa interação entre oferta e demanda, tanto no cenário doméstico quanto no internacional. Para o produtor rural e para os agentes do agronegócio, acompanhar a cotação é uma atividade estratégica vital, pois ela determina a receita bruta da lavoura e, quando cruzada com os custos de produção, define a rentabilidade final da safra.

No contexto brasileiro, a formação desse preço é fortemente impactada pela paridade de exportação, pela taxa de câmbio (dólar) e pelos contratos futuros negociados na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) e na Bolsa de Chicago (CBOT). Além dos fatores macroeconômicos, a cotação no mercado físico (“spot”) sofre variações regionais significativas. Fatores como o custo do frete, a disponibilidade de armazéns locais e a demanda imediata de indústrias de proteína animal (aves e suínos) criam diferenciais de base, fazendo com que o preço pago ao produtor varie entre praças produtoras, como Sorriso (MT) ou Rio Verde (GO), e os portos de exportação.

Principais Características

  • Influência do Mercado Internacional: A cotação interna possui alta correlação com a Bolsa de Chicago (CBOT), onde as expectativas sobre a safra norte-americana e os estoques globais balizam os preços mundiais.

  • Sazonalidade de Preços: Historicamente, as cotações tendem a sofrer pressão de baixa durante os picos de colheita (especialmente na entrada da Safrinha), devido ao aumento repentino da oferta e gargalos logísticos, recuperando-se nos períodos de entressafra.

  • Variação Regional (Basis): Existe uma diferença significativa entre o preço na bolsa e o preço no “balcão” da cooperativa ou cerealista, influenciada pela distância até os portos e pela demanda local das indústrias de ração e etanol de milho.

  • Impacto Cambial: Como commodity exportável, a valorização do dólar frente ao real tende a elevar a cotação do milho em reais, favorecendo a exportação, enquanto a queda da moeda americana pode pressionar os preços internos para baixo.

  • Correlação com o Clima: Eventos climáticos adversos, como secas ou geadas durante o desenvolvimento da lavoura (no Brasil ou nos EUA), geram especulação imediata de quebra de safra, impulsionando a alta nas cotações.

Importante Saber

  • Margem é Prioridade: Mais importante do que buscar a cotação máxima histórica é garantir uma margem de lucro segura; o produtor deve monitorar a relação de troca entre o valor da saca e os custos dos insumos.

  • Ferramentas de Hedge: Para mitigar o risco de queda brusca nos preços, é recomendável utilizar ferramentas de proteção, como contratos futuros, opções ou vendas antecipadas (barter), travando os custos de produção.

  • Monitoramento de Estoques: O nível dos estoques de passagem (o que sobrou da safra anterior) é um indicador crucial; estoques altos pressionam os preços para baixo, enquanto estoques baixos indicam tendência de alta.

  • Logística e Armazenagem: A capacidade de armazenar o grão na propriedade permite ao produtor fugir da “boca da safra”, aguardando momentos de cotação mais favorável para comercializar o produto.

  • Demanda Interna: O consumo doméstico, impulsionado pela produção de carnes e pelo crescimento da indústria de etanol de milho, atua como um suporte importante para os preços, muitas vezes descolando o mercado físico interno da paridade de exportação.

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