Plantio de Feijão: O Guia Definitivo para Aumentar sua Produtividade
Plantio de feijão: entenda mais sobre as épocas de plantio, variedades e preparo do solo desta cultura. Confira agora mesmo!
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As cultivares de feijão representam o resultado de intensos programas de melhoramento genético, desenvolvidos para atender às demandas específicas das diferentes regiões produtoras e janelas de plantio do Brasil. No contexto agronômico, uma cultivar não é apenas uma variedade de semente, mas um pacote tecnológico que carrega características de produtividade, resistência a doenças, arquitetura de planta e qualidade de grão. Dada a importância do feijão na segurança alimentar nacional e a particularidade do Brasil em realizar três safras anuais (águas, seca e inverno), a escolha da cultivar correta é o primeiro passo para o sucesso da lavoura.
No agronegócio brasileiro, as cultivares são segmentadas principalmente pelos grupos comerciais, sendo os mais expressivos o grupo Carioca e o grupo Preto, além de nichos como o Feijão-Caupi (feijão-de-corda), Rajado e Mungo. Cada material genético é desenvolvido para expressar seu potencial máximo sob condições edafoclimáticas específicas. Por exemplo, existem materiais mais tolerantes ao estresse hídrico para a segunda safra, enquanto outros exigem alta tecnologia e irrigação para a terceira safra, visando tetos produtivos elevados.
A definição da cultivar impacta diretamente o manejo operacional da fazenda. Variedades com arquitetura moderna (porte ereto) facilitam a mecanização da colheita e reduzem perdas, enquanto a resistência genética a patógenos — como a antracnose, o mosaico dourado e a murcha de Fusarium — pode diminuir a necessidade de aplicações de defensivos agrícolas. Portanto, entender as cultivares de feijão é compreender a interação entre genética e ambiente para otimizar a rentabilidade do produtor.
Ciclo de Desenvolvimento: As cultivares variam significativamente em seu ciclo, podendo ser superprecoces (menos de 75 dias), precoces ou de ciclo normal (85 a 95 dias). Essa característica permite ao produtor planejar o escalonamento da colheita e o encaixe na janela de plantio, especialmente em sistemas de sucessão de culturas.
Arquitetura da Planta: Uma característica fundamental para a agricultura moderna é o porte da planta. Cultivares de porte ereto e com inserção mais alta da primeira vagem são essenciais para viabilizar a colheita mecanizada direta, reduzindo as perdas de grãos e melhorando a qualidade do produto final ao evitar o contato das vagens com o solo.
Resistência a Doenças: Cada cultivar possui um pacote de resistências ou tolerâncias a doenças específicas. Materiais como o BRS Esteio ou BRSMG Madrepérola, por exemplo, trazem resistência a raças de antracnose e ao vírus do mosaico comum, o que oferece maior segurança fitossanitária e reduz custos com fungicidas.
Grupo Comercial e Qualidade de Grão: As características visuais e culinárias, como tempo de cozimento, tamanho do grão, cor e brilho do tegumento, são determinantes para a aceitação no mercado. O grupo Carioca domina o mercado interno, mas o grupo Preto e os feijões especiais (como o Rajado) possuem demandas regionais e de exportação específicas.
Adaptação Climática: Existem cultivares selecionadas para suportar diferentes faixas de temperatura. Enquanto o feijão comum (Phaseolus vulgaris) tem seu ótimo desenvolvimento entre 18°C e 24°C, espécies como o Feijão-Caupi apresentam maior tolerância a temperaturas elevadas, sendo ideais para regiões mais quentes ou janelas de plantio com maior risco térmico.
Planejamento por Safra: A escolha da cultivar deve ser alinhada obrigatoriamente com a época de plantio (1ª, 2ª ou 3ª safra). Cultivares plantadas na safra de inverno, por exemplo, exigem irrigação e devem ter tolerância a temperaturas mais amenas, enquanto o plantio das águas exige resistência a doenças fúngicas favorecidas pela umidade.
Sensibilidade Térmica: O feijoeiro é extremamente sensível a extremos de temperatura. O abortamento de flores e vagens ocorre frequentemente em temperaturas muito altas ou muito baixas durante o florescimento. Verificar a aptidão da cultivar para a temperatura média da região na época reprodutiva é crucial para evitar quebras de produtividade.
Colheita Mecanizada vs. Manual: Se a propriedade utiliza colheita 100% mecanizada, é imperativo utilizar cultivares de porte ereto e que não acamam (tombam) facilmente. O uso de variedades de crescimento indeterminado ou prostrado em sistemas mecanizados pode resultar em perdas severas de grãos.
Origem da Semente: O uso de sementes certificadas garante que a cultivar plantada entregará realmente as características de resistência e produtividade prometidas. Sementes “salvas” ou de origem duvidosa podem carregar doenças, ter baixo vigor e não apresentar a pureza genética da cultivar original.
Mercado Consumidor: Antes de plantar variedades especiais (como Mungo ou Rajado), verifique a liquidez e a demanda regional. Embora possam ter alto valor agregado, o mercado para esses grãos é mais restrito comparado aos feijões Carioca e Preto, que possuem venda garantida em praticamente todo o território nacional.
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