Ferrugem no Milho: Identifique e Controle os 3 Tipos na Sua Lavoura
A ferrugem do milho causa perdas de até 65%. Aprenda a identificar os sintomas de cada tipo e as melhores estratégias de controle para proteger sua lavoura.
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As cultivares de milho resistentes representam uma das ferramentas mais estratégicas e eficientes dentro do Manejo Integrado de Doenças (MID) na agricultura brasileira. Trata-se de híbridos ou variedades desenvolvidos por meio de melhoramento genético para expressar mecanismos de defesa naturais contra patógenos específicos, como os fungos causadores das ferrugens (Puccinia sorghi, Physopella zeae e Puccinia polysora). Ao contrário de plantas suscetíveis, que permitem a rápida colonização e reprodução do fungo, as cultivares resistentes dificultam a infecção, retardam o desenvolvimento da doença ou toleram a presença do patógeno sem sofrer perdas significativas de produtividade.
No contexto das ferrugens do milho, a escolha da cultivar correta é a primeira linha de defesa do produtor. A resistência genética é fundamental para evitar epidemias severas, como a ocorrida na safra 2009/2010 no Sul do Brasil, causada pela ferrugem polissora. A utilização desses materiais visa proteger o potencial produtivo da lavoura, evitando a redução da área foliar fotossinteticamente ativa e a antecipação da senescência da planta, fatores que impactam diretamente o enchimento e o peso final dos grãos.
Contudo, é crucial compreender que a resistência nem sempre significa imunidade total. O cenário atual exige atenção redobrada, pois a disponibilidade de materiais com alta resistência é limitada frente à diversidade de híbridos no mercado. Dados da Embrapa Milho e Sorgo indicam que, de um universo de centenas de cultivares comerciais, uma parcela reduzida apresenta resistência efetiva à ferrugem polissora, a mais agressiva das ferrugens. Portanto, o uso de cultivares resistentes não deve ser uma medida isolada, mas sim parte de um planejamento que envolve monitoramento climático e controle químico quando necessário.
Barreira Genética à Infecção: As plantas possuem genes que ativam respostas de defesa, impedindo ou desacelerando a penetração do fungo e a formação de pústulas nas folhas e bainhas.
Redução da Taxa de Reprodução do Patógeno: Em cultivares resistentes, o fungo produz menos esporos (urediniósporos), diminuindo a quantidade de inóculo disponível na lavoura para reinfectar outras plantas ou talhões vizinhos.
Especificidade de Resistência: A resistência geralmente é específica para determinados patógenos; um híbrido pode ser resistente à ferrugem comum (Puccinia sorghi), mas suscetível à ferrugem polissora (Puccinia polysora).
Manutenção do Teto Produtivo: A principal função agronômica é evitar perdas drásticas de rendimento (que podem chegar a 65% em casos severos), garantindo a sanidade foliar necessária para o ciclo completo da cultura.
Interação Genótipo x Ambiente: A expressão da resistência pode variar conforme a pressão da doença e as condições climáticas (temperatura e umidade) da região de plantio.
Não Dispensa o Monitoramento: Mesmo utilizando híbridos resistentes, o produtor deve realizar o monitoramento constante da lavoura, pois condições climáticas muito favoráveis aos fungos (quentes e úmidas) podem sobrecarregar a defesa da planta.
Risco de Quebra de Resistência: O uso contínuo da mesma cultivar ou de materiais com a mesma base genética em grandes áreas pode selecionar raças do fungo capazes de superar essa resistência, tornando a doença novamente um problema.
Complementaridade com Fungicidas: Em situações de alta pressão de inóculo, a resistência genética deve ser complementada com a aplicação de fungicidas para garantir a proteção, especialmente em estádios reprodutivos críticos.
Consulta Técnica é Essencial: Devido à escassez de materiais resistentes à ferrugem polissora no mercado (cerca de 17% das opções disponíveis, segundo dados históricos da Embrapa), é vital consultar o portfólio atualizado das sementeiras e a recomendação de um engenheiro agrônomo.
Histórico da Área: A escolha da cultivar deve considerar o histórico de doenças da região; áreas com recorrência de ferrugem branca ou polissora exigem obrigatoriamente materiais com níveis mais altos de resistência genética.
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