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O que é Cultivares De Trigo

As cultivares de trigo representam variedades específicas da planta desenvolvidas por meio de melhoramento genético para atender a diferentes condições edafoclimáticas e objetivos produtivos. No contexto do agronegócio brasileiro, a escolha da cultivar é uma das decisões mais estratégicas da safra, pois define o teto produtivo da lavoura antes mesmo do plantio. Graças ao avanço da pesquisa agronômica, o Brasil dispõe hoje de materiais adaptados não apenas à região Sul, tradicional produtora, mas também ao Cerrado (Bahia, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal), permitindo a expansão da triticultura para áreas tropicais.

Essas variedades são selecionadas com base em uma série de atributos agronômicos, como resistência a doenças, tolerância à seca, ciclo de desenvolvimento e qualidade industrial do grão. A diversidade de cultivares permite que o produtor rural escolha materiais genéticos que se alinhem ao seu sistema de produção, seja ele de sequeiro ou irrigado, e ao seu planejamento de rotação de culturas. Uma cultivar inadequada pode limitar a resposta da planta à adubação e torná-la mais suscetível a estresses bióticos e abióticos.

Além da produção de grãos destinados à indústria moageira (farinha), existem cultivares de trigo de duplo propósito. Estas são desenvolvidas para permitir o pastejo animal durante a fase vegetativa, servindo como forragem de inverno, e posteriormente a colheita de grãos, otimizando o uso da terra e a rentabilidade da propriedade ao integrar lavoura e pecuária.

Principais Características

  • Ciclo de desenvolvimento: As cultivares variam entre ciclos precoces, médios e tardios, o que influencia diretamente o planejamento da janela de plantio e a sucessão com a cultura de verão (geralmente a soja).

  • Qualidade industrial: Classificação do grão conforme sua força de glúten e estabilidade (Trigo Pão, Melhorador, Brando, etc.), determinando o destino comercial e o valor de mercado do produto final.

  • Potencial produtivo: Capacidade genética da planta de converter recursos (água, luz e nutrientes) em grãos, variando conforme a tecnologia empregada e o ambiente de cultivo.

  • Sanidade e resistência: Nível de tolerância ou resistência genética às principais doenças fúngicas (como ferrugem-da-folha, oídio e brusone) e pragas, reduzindo a dependência excessiva de defensivos químicos.

  • Arquitetura da planta: Características como altura e resistência ao acamamento, fundamentais para suportar altas adubações e facilitar a colheita mecanizada.

  • Adaptação regional: Especificidade da cultivar para responder bem a determinados climas (frio úmido do Sul ou calor seco do Cerrado) e regimes hídricos (sequeiro ou irrigado).

Importante Saber

  • Respeito ao Zarc: A escolha da cultivar deve obrigatoriamente seguir o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para o município, garantindo a segurança do plantio e o acesso ao seguro agrícola e crédito rural.

  • Finalidade da produção: É crucial definir se o objetivo é apenas a produção de grãos ou o sistema de duplo propósito (pastejo + grãos), pois o manejo e a escolha da semente diferem drasticamente.

  • Uso de sementes certificadas: O potencial genético de uma cultivar só é atingido com o uso de sementes certificadas, que garantem pureza varietal, vigor e altas taxas de germinação.

  • Interação com o solo: Cultivares de alto teto produtivo geralmente são mais exigentes em fertilidade; portanto, a análise de solo e a correção nutricional devem estar alinhadas à exigência do material escolhido.

  • Histórico regional: Além dos dados técnicos de catálogo, é recomendável verificar o desempenho da cultivar em propriedades vizinhas ou em dias de campo na mesma região para validar sua adaptabilidade real.

  • Planejamento de sucessão: A escolha deve considerar o que será plantado após o trigo; cultivares de ciclo muito longo podem atrasar a semeadura da safra de verão, comprometendo a rentabilidade anual do sistema.

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