O que é Cultivo De Canola

O cultivo de canola refere-se à produção agrícola de uma planta de ciclo anual pertencente à família das brássicas, a mesma do repolho e da couve-flor. No cenário global, trata-se da terceira oleaginosa mais produzida, ficando atrás apenas da soja e da palma. No Brasil, seu cultivo é estrategicamente posicionado como uma cultura de inverno, concentrando-se majoritariamente na região Sul, com destaque para o Rio Grande do Sul. A produção tem como objetivo principal a obtenção de grãos para a extração de óleo — destinado ao consumo humano e à produção de biodiesel — e de farelo rico em proteínas para ração animal.

Para o produtor rural brasileiro, a canola não é apenas uma commodity comercial, mas uma ferramenta agronômica vital para o sistema de rotação de culturas. Ela se insere na sucessão de lavouras de verão, como soja e milho, e alterna com outros cereais de inverno, como trigo e cevada. Sua introdução no sistema produtivo visa quebrar o ciclo de pragas e doenças recorrentes nas monoculturas tradicionais, além de promover a saúde do solo. Por utilizar o mesmo maquinário das culturas de grãos convencionais, a canola se apresenta como uma alternativa econômica viável que otimiza o uso da terra na entressafra.

Principais Características

  • Adaptação Climática: A planta possui excelente tolerância ao frio, o que viabiliza seu desenvolvimento pleno durante o inverno nas regiões subtropicais da América do Sul.

  • Compatibilidade de Maquinário: Uma das grandes vantagens operacionais é que o cultivo não exige a aquisição de equipamentos específicos, permitindo o uso da mesma estrutura de semeadura e colheita já existente na propriedade.

  • Potencial Produtivo: Em condições adequadas de manejo, a cultura apresenta uma produtividade média em torno de 1.500 kg/ha.

  • Vigor Competitivo: A canola possui um desenvolvimento vegetativo vigoroso que compete eficientemente por luz e nutrientes, auxiliando na supressão de plantas daninhas de difícil controle, como o azevém.

  • Ciclo Fitossanitário: Atua como uma cultura de “quebra”, interrompendo a continuidade de hospedeiros para diversos patógenos que afetam o trigo e a soja.

Importante Saber

  • Manejo de Nematoides: A canola não hospeda o nematoide do cisto da soja. Portanto, seu cultivo ajuda a reduzir a população dessa praga no solo, protegendo o potencial produtivo da soja na safra seguinte.

  • Efeito Alelopático: É fundamental respeitar um intervalo mínimo de 20 dias entre a colheita da canola e a semeadura da soja. A canola libera substâncias químicas no solo que podem inibir ou prejudicar a germinação da soja se o plantio for imediato.

  • Sensibilidade a Herbicidas: A cultura é sensível a herbicidas com efeito residual (que permanecem ativos no solo). Recomenda-se o plantio em áreas onde a cultura anterior foi soja resistente a glifosato para minimizar riscos de fitotoxicidade.

  • Controle de Doenças no Trigo: A rotação com canola reduz a incidência de fusariose e septoriose em lavouras de trigo subsequentes, pois elimina as estruturas de fungos que sobreviveriam nos restos culturais de outros cereais.

  • Restrições de Área: Deve-se evitar o cultivo em talhões com histórico de mofo-branco (Sclerotinia) ou alta infestação de nabiça, pois a canola é suscetível a esses problemas fitossanitários.

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