Silos para Grãos: Tipos, Custos e Quando Vale a Pena Armazenar
Silos para grãos: Quando vale a pena armazenar a produção, diferentes tipos de silos e seus custos. Confira neste artigo!
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O custo de armazenagem de grãos refere-se ao conjunto de despesas financeiras e operacionais necessárias para manter a produção agrícola estocada na propriedade ou em terceiros, preservando sua qualidade física e fisiológica após a colheita. No contexto do agronegócio brasileiro, este custo não se resume apenas ao investimento inicial na infraestrutura (como a construção de silos), mas engloba também os gastos variáveis de manutenção, energia elétrica para aeração, mão de obra especializada, tratamento fitossanitário (expurgo) e a depreciação dos equipamentos ao longo do tempo.
A análise desse custo é fundamental para a tomada de decisão estratégica do produtor rural, servindo como base para definir se é mais vantajoso comercializar a safra imediatamente após a colheita ou retê-la para venda futura. No Brasil, onde o déficit de armazenagem é um gargalo logístico histórico, entender essa composição de custos permite ao agricultor fugir da pressão de venda na baixa de preços da safra e buscar melhores margens na entressafra.
Além dos desembolsos diretos, o cálculo do custo de armazenagem deve considerar fatores técnicos, como a “quebra técnica” (perda de peso natural do grão pela redução de umidade e limpeza) e o custo de oportunidade do capital imobilizado. Ou seja, o produtor deve avaliar se a valorização esperada do grão no futuro supera as despesas de mantê-lo guardado somadas ao rendimento que esse dinheiro teria se fosse aplicado no mercado financeiro ou reinvestido na lavoura imediatamente.
Variação por Tecnologia: O custo difere significativamente entre estruturas fixas e temporárias. Silos metálicos exigem alto investimento inicial (CAPEX) e obras civis, mas possuem longa vida útil (até 30 anos) e menor custo operacional por tonelada a longo prazo. Já os silos-bolsa (bags) têm baixo custo de entrada, mas são descartáveis e exigem compra recorrente.
Custos Operacionais (OPEX): Incluem o consumo de energia elétrica para os sistemas de ventilação e termometria, essenciais para evitar o aquecimento da massa de grãos, além de gastos com pastilhas de expurgo para controle de pragas de armazenamento.
Depreciação e Manutenção: Estruturas fixas demandam manutenção preventiva em elevadores, fitas transportadoras e vedação, custos que devem ser diluídos no cálculo do valor por saca armazenada.
Quebra Técnica: Refere-se à redução de peso do produto armazenado devido à perda de umidade necessária para a conservação (geralmente para 13% ou 14%) e eliminação de impurezas, impactando o volume final disponível para venda.
Logística Interna: Envolve os custos de movimentação dos grãos dentro da propriedade, incluindo o uso de maquinário para carregar e descarregar os silos ou bags.
Planejamento de Comercialização: O armazenamento só é viável economicamente se a diferença de preço entre a safra e a entressafra for superior à soma de todos os custos de armazenagem e financeiros. Estudos indicam potenciais ganhos de até 55% na venda tardia, mas isso depende das oscilações de mercado.
Alternativa de Cooperativas: Para produtores que não desejam imobilizar capital em estruturas próprias, o armazenamento em cooperativas ou armazéns gerais é uma opção. Nesse caso, o custo é cobrado através de taxas de recepção, padronização e uma tarifa quinzenal ou mensal de armazenagem.
Monitoramento de Qualidade: Economizar na gestão do silo pode sair caro. Falhas no controle de temperatura e umidade podem levar à fermentação, desenvolvimento de fungos e micotoxinas, resultando em descontos severos ou rejeição da carga no momento da venda.
Viabilidade do Silo-Bolsa: É uma excelente ferramenta estratégica para “pulmão” de colheita ou para armazenagem de curto a médio prazo (até 18 meses), oferecendo flexibilidade sem a necessidade de obras civis complexas, ideal para quem precisa de solução rápida.
Gestão de Riscos: Ao calcular o custo, é prudente incluir um seguro para a carga armazenada, protegendo o patrimônio contra incêndios, vendavais ou roubos, que são riscos inerentes à estocagem na fazenda.
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