Gestão Logística no Agro: Como Reduzir Custos de Transporte e Armazenagem
Entenda qual o peso do frete, se vale a pena armazenar a produção e como obter mais eficiência e lucratividade com uma boa gestão logística.
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O Custo de Frete Agrícola representa o valor financeiro despendido para movimentar a produção agropecuária do local de origem (fazenda) até o seu destino final ou intermediário, que pode ser uma unidade de armazenamento, uma agroindústria ou portos de exportação. No contexto brasileiro, este custo é um dos componentes mais críticos da estrutura de despesas do produtor rural, influenciando diretamente a margem de lucro líquida da atividade, especialmente em culturas de commodities de baixo valor agregado e alto volume, como a soja e o milho.
Diferente de outros setores industriais, o frete agrícola no Brasil enfrenta desafios estruturais específicos, dada a dependência excessiva do modal rodoviário e as distâncias continentais entre as principais regiões produtoras (como o Centro-Oeste) e os portos de escoamento (como Santos e Paranaguá). O custo não se resume apenas ao pagamento do transportador; ele engloba variáveis como combustível, pedágios, manutenção de vias, tempo de espera para descarga e a sazonalidade da oferta de caminhões.
A gestão eficiente desse custo é vital para a competitividade do agronegócio. Em muitos casos, o valor do frete pode consumir uma parcela significativa do preço final da saca, chegando a representar mais da metade do valor do produto em situações extremas, como no caso do milho em regiões distantes dos centros de consumo. Portanto, o custo de frete não é apenas uma despesa operacional, mas um fator determinante na viabilidade econômica da safra e na estratégia de comercialização do produtor.
Alta Sazonalidade: Os valores do frete oscilam drasticamente conforme o calendário agrícola. Durante o pico da colheita, a demanda por caminhões aumenta exponencialmente, elevando os preços, enquanto na entressafra os valores tendem a se estabilizar ou cair.
Dependência do Modal Rodoviário: Cerca de 60% do escoamento da produção brasileira é realizado por caminhões. Isso torna o custo do frete altamente sensível às variações no preço do óleo diesel, condições das estradas e legislação de transporte.
Impacto Proporcional ao Valor do Produto: O peso do frete é sentido de forma diferente dependendo da cultura. Produtos com menor valor agregado por tonelada, como o milho, sofrem um impacto percentual muito maior do custo de transporte do que produtos mais valorizados, como a soja.
Baixa Eficiência Energética: Devido ao uso intensivo de caminhões para longas distâncias (média de 1.300 km no Brasil) e ao rendimento limitado de combustível por tonelada transportada, o custo por quilômetro rodado é elevado em comparação a modais ferroviários ou hidroviários.
Influência da Localização Geográfica: Propriedades situadas em novas fronteiras agrícolas, distantes da infraestrutura portuária consolidada, enfrentam custos de frete significativamente maiores, o que exige maior eficiência produtiva para compensar a despesa logística.
Estratégia de Armazenagem: O investimento em silos ou armazéns na propriedade permite ao produtor estocar a produção e evitar o escoamento no pico da safra, quando o frete está mais caro, protegendo a margem de lucro.
Cálculo do “Basis”: É fundamental entender a formação do preço local, descontando o frete do preço no porto ou na bolsa. O produtor deve calcular o custo real de colocar o produto no mercado para decidir o melhor momento de venda.
Perdas Logísticas (Quebra Técnica): Além do valor pago pelo transporte, o custo do frete deve considerar as perdas quantitativas de grãos que ocorrem durante o trajeto devido a más condições das estradas ou das carrocerias dos caminhões.
Negociação Antecipada: Em alguns casos, travar contratos de frete antecipadamente ou possuir frota própria (para curtas distâncias) pode mitigar a exposição à volatilidade dos preços durante a colheita.
Frete de Retorno: A disponibilidade de cargas de retorno (como fertilizantes e insumos) para a região da fazenda pode influenciar a disponibilidade e o preço do frete para o escoamento da safra, sendo um fator a ser monitorado na logística regional.
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