SIG na Agricultura: O Guia Completo para Mapear e Otimizar sua Fazenda
SIG na agricultura: o que é, quais existem no mercado, o mais indicado para a agricultura e quais tipos de mapas são possíveis criar nele.
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Dados georreferenciados são informações que possuem uma associação direta e precisa com uma localização espacial na superfície terrestre, geralmente definida por um sistema de coordenadas (como latitude e longitude). No contexto da agronomia e da agricultura de precisão, esses dados representam a evolução do gerenciamento rural, pois permitem que o produtor ou técnico deixe de analisar a fazenda apenas por médias gerais de talhões e passe a compreender a variabilidade espacial existente dentro de cada área produtiva. Cada dado coletado — seja uma amostra de solo, a incidência de uma praga ou o volume colhido — recebe uma “etiqueta” geográfica que indica exatamente onde aquele evento ocorreu.
No agronegócio brasileiro, o uso de dados georreferenciados é a base para a construção de mapas de produtividade, mapas de fertilidade do solo e prescrições de insumos à taxa variável. Diferente de uma planilha comum, onde os dados são estáticos, o dado georreferenciado permite a sobreposição de diferentes camadas de informação (camadas de informação geográfica). Isso possibilita correlacionar, por exemplo, manchas de baixa produtividade com a compactação do solo ou deficiência nutricional em pontos específicos, transformando números isolados em inteligência agronômica visual e acionável.
A obtenção desses dados ocorre por meio de diversas tecnologias presentes no campo, como receptores GNSS (GPS) instalados em tratores e colheitadeiras, drones, imagens de satélite e aplicativos de monitoramento (scouting). O processamento dessas informações em softwares de Sistema de Informação Geográfica (SIG) é o que permite o planejamento de operações mais eficientes, reduzindo desperdícios e maximizando o potencial produtivo de cada metro quadrado da propriedade, prática essencial em um mercado que exige cada vez mais eficiência operacional e sustentabilidade.
Localização Espacial Exata: A característica fundamental é a presença de coordenadas (X, Y e, muitas vezes, Z para altitude) que vinculam a informação a um ponto físico no globo, permitindo sua projeção em mapas.
Formatos de Representação (Vetorial e Raster): Podem ser representados como vetores (pontos para amostras de solo, linhas para curvas de nível, polígonos para contorno de talhões) ou matriciais/raster (grades de pixels, comuns em imagens de satélite e mapas de NDVI).
Atributos Associados: Além da localização, cada dado carrega atributos qualitativos ou quantitativos, como o teor de argila, a quantidade de sacas por hectare ou a espécie de planta daninha identificada.
Multitemporalidade: Permitem a análise histórica da mesma área ao longo do tempo, facilitando a identificação de tendências, como a evolução da fertilidade do solo ou a degradação de pastagens ao longo das safras.
Capacidade de Sobreposição: São estruturados para funcionar em camadas, permitindo que o agrônomo cruze dados de diferentes fontes (ex: mapa de colheita x mapa de análise de solo) para investigar causas e efeitos.
Qualidade do Posicionamento: A precisão do receptor GNSS é crítica; dados coletados com erros de posicionamento podem levar a aplicações de insumos em locais errados, comprometendo a eficácia da agricultura de precisão.
Padronização de Arquivos: Para garantir a leitura em diferentes softwares e monitores de máquinas, é essencial conhecer os formatos de intercâmbio mais comuns, como Shapefile (.shp), GeoTIFF, KML e ISOXML.
Necessidade de Limpeza de Dados: Dados brutos, especialmente os de colheita, frequentemente contêm erros (ruídos) gerados por manobras de máquinas ou falhas momentâneas de sensores, exigindo filtragem antes da geração de mapas finais.
Sistemas de Coordenadas: É fundamental verificar o Datum (modelo matemático da Terra) utilizado, como o SIRGAS 2000 (padrão brasileiro) ou WGS 84, para evitar deslocamentos geográficos entre diferentes mapas da mesma fazenda.
Conectividade e Processamento: O volume de dados georreferenciados pode ser massivo (Big Data), exigindo hardware robusto para processamento e, muitas vezes, estratégias para coleta e sincronização em áreas sem cobertura de internet.
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