Enfezamento do Milho: Como Identificar, Prevenir e Controlar
Enfezamento do milho: principais sintomas, medidas de prevenção à doença e as formas de controle mais indicadas
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A Dalbulus maidis, popularmente conhecida no Brasil como cigarrinha-do-milho, é um inseto da ordem Hemiptera que atua como o principal vetor de doenças sistêmicas graves na cultura do milho. Este inseto é o responsável direto pela transmissão de patógenos da classe dos molicutes: o espiroplasma (Spiroplasma kunkelii), causador do enfezamento pálido, e o fitoplasma (Maize bushy stunt phytoplasma), causador do enfezamento vermelho. Embora o inseto cause danos diretos ao sugar a seiva da planta, o prejuízo econômico mais severo advém de sua capacidade de infectar a lavoura com essas doenças, que comprometem a fisiologia e a translocação de nutrientes na planta.
No cenário agrícola brasileiro, a Dalbulus maidis ganhou destaque devido à intensificação dos sistemas de produção. A prática de plantios sucessivos (safra e safrinha) e a sobreposição de ciclos da cultura criam o ambiente ideal para a multiplicação do inseto. A presença de milho tiguera (plantas voluntárias que nascem na entressafra) atua como uma “ponte verde”, permitindo que a cigarrinha sobreviva e mantenha os patógenos ativos entre uma safra e outra, aumentando a pressão de inóculo para os novos plantios.
A importância do controle deste vetor é crítica, pois a incidência dos enfezamentos pode resultar em perdas catastróficas. Dados técnicos indicam que o ataque da cigarrinha e a consequente infecção por enfezamentos podem reduzir a produção de grãos em até 70%, chegando à perda total em situações de alta infestação em cultivares suscetíveis. Portanto, o manejo da Dalbulus maidis não é apenas uma questão de controle de pragas, mas uma estratégia essencial de segurança produtiva.
Vetor Específico: É o transmissor biológico exclusivo dos molicutes que causam os enfezamentos pálido e vermelho na cultura do milho.
Hábito Alimentar: Inseto sugador que se alimenta da seiva elaborada no floema da planta, local onde também deposita os patógenos durante a alimentação.
Potencial Biótico: Possui alta capacidade de reprodução e dispersão, especialmente em condições de temperaturas elevadas típicas das regiões produtoras brasileiras.
Danos Mistos: Provoca danos diretos (sucção de seiva e injeção de toxinas) e danos indiretos (transmissão de doenças que atrofiam a planta).
Sintomatologia na Planta: A presença do vetor leva ao aparecimento de sintomas como redução de porte, encurtamento de entrenódios, multiespigamento (várias espigas pequenas e sem grãos) e alterações na coloração foliar.
Janela de Infecção Crítica: As infecções que ocorrem nos estágios iniciais de desenvolvimento da planta (fase vegetativa jovem) são as que causam maiores reduções de produtividade, exigindo proteção rigorosa no início da safra.
Manejo de “Pontes Verdes”: A eliminação de milho tiguera ou voluntário na entressafra é uma medida obrigatória para reduzir a população inicial da praga e a prevalência dos patógenos.
Identificação Visual: O produtor deve estar atento aos sintomas diferenciados: estrias cloróticas claras na base da folha indicam enfezamento pálido, enquanto o avermelhamento das folhas, começando pelas bordas, indica enfezamento vermelho.
Grãos Chochos e Produtividade: A ação da Dalbulus maidis resulta frequentemente em espigas com falhas de granação e grãos chochos, impactando diretamente o peso final e a qualidade comercial do produto.
Estratégia Integrada: O controle químico isolado é muitas vezes ineficiente devido à mobilidade da praga; o manejo deve integrar escolha de híbridos tolerantes, tratamento de sementes e rotação de culturas.
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