O que é De Onde Vem O Amendoim

O amendoim (Arachis hypogaea L.) é uma leguminosa oleaginosa nativa da América do Sul, com seu centro de origem botânica localizado na região que abrange o sul da Bolívia, noroeste da Argentina, norte do Paraguai e o oeste do Brasil (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). Diferente do que muitos pensam, o amendoim não é uma noz ou castanha, mas sim um parente do feijão e da soja, pertencente à família Fabaceae. Uma de suas características mais distintas, que responde literalmente à pergunta “de onde vem”, é o fenômeno da geocarpia: a planta floresce acima do solo, mas após a polinização, o ovário se alonga formando um “esporão” (ginóforo) que penetra na terra, onde as vagens se desenvolvem e amadurecem.

No contexto do agronegócio brasileiro, o amendoim é uma cultura de extrema relevância econômica e agronômica. O Brasil não é apenas um dos berços genéticos da espécie, mas também um produtor mundial de destaque, com alta tecnologia empregada no campo. O estado de São Paulo concentra a maior parte da produção nacional (cerca de 90%), onde a cultura é amplamente utilizada em sistemas de rotação, especialmente na reforma de canaviais. Essa prática beneficia o solo através da fixação biológica de nitrogênio e quebra do ciclo de pragas, otimizando o uso da terra nas entressafras.

A produção moderna de amendoim no Brasil exige um manejo técnico rigoroso, desde a escolha de cultivares adaptadas (predominantemente do tipo rasteiro ou “runner”) até o controle fitossanitário. O produto brasileiro é reconhecido internacionalmente pela sua qualidade, atendendo tanto ao mercado de óleo quanto ao exigente mercado de confeitaria (grãos para consumo in natura), com rigorosos controles contra contaminações fúngicas.

Principais Características

  • Origem e Classificação: Planta originária da América do Sul, classificada como leguminosa. Possui hábito de crescimento que pode ser ereto ou rasteiro, sendo as variedades rasteiras as mais utilizadas na agricultura comercial brasileira devido à maior produtividade.

  • Fenômeno da Geocarpia: Característica botânica singular onde a reprodução ocorre em dois ambientes. As flores amarelas surgem na parte aérea, são autopolinizadas e, em seguida, emitem o ginóforo que cresce em direção ao solo para enterrar o ovário, onde a vagem se formará.

  • Sistema Radicular: Possui raiz pivotante profunda e raízes laterais que realizam simbiose com bactérias do gênero Bradyrhizobium. Essa associação permite a fixação biológica de nitrogênio atmosférico, enriquecendo o solo para a cultura seguinte.

  • Ciclo da Cultura: O ciclo varia geralmente entre 90 a 140 dias, dependendo da cultivar e das condições climáticas. É uma planta de clima tropical/subtropical que exige temperaturas elevadas e boa disponibilidade hídrica para o desenvolvimento pleno.

  • Exigência de Solo: Para viabilizar a colheita mecanizada e o desenvolvimento das vagens, o amendoim requer solos de textura média a arenosa, bem drenados e friáveis. Solos muito argilosos dificultam a penetração do ginóforo e causam perdas significativas no arrancamento.

Importante Saber

  • Processo de Colheita em Duas Etapas: A colheita do amendoim é complexa e ocorre em duas fases: primeiro, o arrancamento e inversão das plantas (expondo as vagens ao sol para secagem ou “cura”); segundo, o recolhimento e trilha, realizado dias depois quando a umidade dos grãos atinge o nível ideal.

  • Risco de Aflatoxinas: O maior desafio fitossanitário e comercial é a contaminação por fungos do gênero Aspergillus, produtores de aflatoxinas. O manejo preventivo envolve controle de pragas de solo, colheita na maturação correta e secagem rápida e eficiente (no campo e na unidade de beneficiamento).

  • Benefícios na Rotação de Culturas: O amendoim é excelente para rotação com gramíneas (como cana-de-açúcar e pastagens) pois deixa nitrogênio residual no solo e ajuda a reduzir a população de nematoides e plantas daninhas específicas de outras culturas.

  • Preparo do Solo: Um preparo de solo adequado é crucial. A terra não pode estar compactada, pois isso impede a penetração do ginóforo, resultando em flores que não geram vagens e, consequentemente, baixa produtividade.

  • Monitoramento de Pragas: É fundamental monitorar pragas como o tripes (vetor da vira-cabeça) e a lagarta-do-pescoço-vermelho, além de doenças foliares como a mancha-castanha e a mancha-preta, que podem causar desfolha precoce e comprometer o enchimento dos grãos.

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