O que é De Onde Vem O Feijao

Entender a origem do feijão no contexto do agronegócio brasileiro envolve compreender tanto sua história botânica quanto a dinâmica atual de produção. O feijão comum (Phaseolus vulgaris) é uma planta nativa das Américas, com centros de domesticação identificados na região dos Andes e na Mesoamérica. Já o feijão-caupi (ou feijão-de-corda), muito cultivado no Norte e Nordeste, tem origem africana. No Brasil, a cultura se estabeleceu como base da segurança alimentar, sendo cultivada em praticamente todo o território nacional, desde a agricultura familiar de subsistência até grandes lavouras tecnificadas com pivô central.

Do ponto de vista produtivo, a resposta para “de onde vem o feijão que chega à mesa” varia conforme a época do ano. O Brasil possui a particularidade de cultivar três safras distintas: a “safra das águas” (plantio na primavera/verão, comum no Sul e Sudeste), a “safra da seca” (plantio no verão/outono) e a “safra de inverno” ou terceira safra (cultivo irrigado, predominante no Brasil Central e Noroeste de Minas Gerais). Essa distribuição permite que o mercado seja abastecido com grãos novos durante o ano todo, reduzindo a necessidade de importação e garantindo a soberania alimentar do país.

Os principais estados produtores variam conforme o tipo de grão e a safra. O Paraná destaca-se historicamente como o maior produtor nacional, especialmente de feijão-preto e carioca na primeira e segunda safras. Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso são protagonistas na produção de feijão irrigado de alta tecnologia, entregando grãos de excelente qualidade visual e culinária. Já a Bahia e outros estados do Nordeste são fundamentais na produção do feijão-caupi. Portanto, o feijão brasileiro vem de uma complexa rede que integra diferentes climas, tecnologias e perfis de produtores.

Principais Características

  • Diversidade de Espécies e Variedades: O mercado é dominado pelo feijão-carioca (cerca de 70% do consumo), seguido pelo feijão-preto, caupi e feijões especiais (rajado, vermelho, branco).
  • Ciclo Curto: É uma cultura de ciclo rápido, variando geralmente entre 70 a 90 dias, o que permite seu encaixe em sistemas de rotação de culturas e sucessão, otimizando o uso da terra.
  • Fixação Biológica de Nitrogênio: Como leguminosa, o feijoeiro tem a capacidade de associar-se a bactérias do gênero Rhizobium, fixando nitrogênio atmosférico no solo, o que beneficia a fertilidade do sistema produtivo.
  • Sazonalidade Produtiva: A produção é dividida em três épocas distintas (1ª, 2ª e 3ª safras), o que exige estratégias diferentes de manejo e comercialização para cada período.
  • Sensibilidade Climática: A planta é exigente quanto às condições hídricas e térmicas, não tolerando geadas severas nem estresse hídrico excessivo, especialmente na fase de floração e enchimento de grãos.

Importante Saber

  • Vazio Sanitário: Em diversas regiões produtoras, o respeito ao vazio sanitário é obrigatório e crucial para o controle da Mosca-branca (Bemisia tabaci), principal vetor do Mosaico Dourado, uma das doenças mais devastadoras da cultura.
  • Qualidade da Semente: O uso de sementes certificadas e tratadas é o primeiro passo para garantir um estande de plantas uniforme e livre de patógenos transmitidos via semente, como a Antracnose.
  • Manejo de Colheita: A colheita deve ser realizada no momento exato de maturação fisiológica para evitar perdas por deiscência (abertura natural das vagens) ou perda de qualidade do grão por chuvas na colheita, que causam manchamento e fermentação.
  • Dessecação Pré-colheita: A prática da dessecação é comum para uniformizar a maturação da lavoura, facilitando a colheita mecanizada e antecipando a retirada do grão do campo.
  • Volatilidade de Mercado: Diferente de commodities como soja e milho, o feijão possui menor liquidez internacional e preços muito voláteis, influenciados diretamente pela oferta e demanda interna e pela qualidade visual do grão (cor, tamanho e integridade).
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