Boro e Zinco no Café: Funções, Deficiência e Como Aplicar [Guia]
Boro e zinco são essenciais para o café. Aprenda a identificar sintomas de deficiência, funções e como fazer a adubação correta para aumentar a produtividade.
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A deficiência de boro no café é um distúrbio nutricional caracterizado pela insuficiência deste micronutriente essencial nos tecidos da planta, comprometendo processos vitais como a divisão celular, a formação da parede celular e, crucialmente, a reprodução. No cenário da cafeicultura brasileira, este é um problema recorrente, uma vez que o boro é um elemento que se move facilmente no perfil do solo e é frequentemente lixiviado (lavado) pelas chuvas, tornando-se indisponível para as raízes, especialmente em solos arenosos ou com baixos teores de matéria orgânica.
Embora seja demandado em quantidades menores quando comparado aos macronutrientes, a deficiência de boro obedece à “Lei do Mínimo”, o que significa que a produtividade da lavoura será limitada por ele se estiver escasso, independentemente da abundância de outros fertilizantes. Na prática, plantas com carência desse elemento apresentam dificuldades severas no pegamento da florada e no desenvolvimento de novos tecidos. Isso resulta em perdas econômicas diretas para o produtor, que observa uma redução na quantidade de frutos vingados (chumbinhos) e um desenvolvimento vegetativo anormal, afetando a arquitetura e a longevidade do cafeeiro.
Sintomas visuais concentrados predominantemente nas folhas novas e nos pontos de crescimento (meristemas), devido à baixa mobilidade do boro dentro da planta (imóvel no floema).
Ocorrência de folhas jovens menores que o padrão da cultivar, apresentando coloração verde-clara, deformações, rugosidades e bordas irregulares.
Morte da gema apical (o “olho” na ponta do ramo), o que provoca a brotação excessiva de gemas laterais, gerando um aspecto de “leque” ou superbrotação.
Comprometimento do sistema radicular, que se torna menos desenvolvido, com raízes mais curtas e grossas, limitando a absorção de água e outros nutrientes.
Falhas críticas na fase reprodutiva, incluindo a má formação do tubo polínico, resultando em baixo pegamento da florada e alto índice de abortamento de frutos.
A correção da deficiência deve priorizar, preferencialmente, a aplicação via solo, pois como o boro não se move das folhas velhas para as novas, a absorção contínua pelas raízes é mais eficiente para suprir os tecidos em crescimento.
O monitoramento nutricional é indispensável; considera-se como faixa adequada teores entre 40 e 80 ppm na análise foliar e valores acima de 0,5 mg/dm³ na análise de solo.
O boro atua na síntese de lignina e celulose, conferindo maior resistência estrutural à planta, o que pode auxiliar indiretamente na tolerância a pragas e doenças.
As fontes mais utilizadas para o manejo incluem ácido bórico, Bórax e ulexita, sendo necessário avaliar a solubilidade e a compatibilidade operacional de cada produto.
O período de pré-florada e florada é o momento mais crítico para a demanda deste nutriente; a falta de boro nesta etapa reduz irreversivelmente o potencial produtivo da safra.
Solos muito ácidos ou com calagem excessiva podem interferir na disponibilidade do boro, exigindo um manejo equilibrado do pH para garantir a eficiência da adubação.
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