Enxofre para Plantas: O Guia Completo sobre Manejo e Adubação
Enxofre para as plantas: importância do nutriente, formas de absorção e exigências na cultura do milho e da soja. Confira!
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A deficiência de enxofre é uma desordem nutricional que ocorre quando as plantas não têm acesso a quantidades adequadas de sulfato (SO₄²⁻) no solo para suprir suas demandas metabólicas. Como o enxofre é um macronutriente essencial, classificado muitas vezes como secundário apenas pela quantidade requerida em relação ao N-P-K, sua falta compromete diretamente a síntese de aminoácidos vitais, como metionina e cistina. Isso afeta a formação de proteínas, a atividade fotossintética e o desenvolvimento estrutural da cultura. No cenário agrícola brasileiro, a incidência dessa deficiência tem aumentado devido ao uso contínuo de fertilizantes concentrados com baixos teores de enxofre e à intensificação dos cultivos, que extraem e exportam maiores quantidades de nutrientes do solo.
Visualmente, a carência deste nutriente manifesta-se de forma muito característica, embora seja frequentemente confundida com a deficiência de nitrogênio. A distinção fundamental reside na mobilidade do elemento dentro da planta. Enquanto o nitrogênio é móvel e seus sintomas de amarelecimento surgem nas folhas velhas, o enxofre é praticamente imóvel no floema. Consequentemente, a planta não consegue redistribuir o enxofre das partes velhas para as novas, fazendo com que a clorose (amarelecimento) apareça primeiramente nas folhas jovens e nas brotações. Em solos arenosos ou com baixos teores de matéria orgânica, a predisposição a esse problema é significativamente maior, exigindo atenção redobrada no manejo.
Clorose em folhas jovens: O sintoma visual mais clássico é o amarelecimento uniforme das folhas novas, diferindo do nitrogênio que afeta as folhas baixeiras.
Baixa mobilidade na planta: O enxofre absorvido não se move facilmente das folhas velhas para as novas, impedindo a redistribuição interna em momentos de escassez.
Redução no crescimento: Plantas com deficiência apresentam porte menor, caules mais finos e atraso no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo.
Dependência da Matéria Orgânica: A maior reserva de enxofre no solo é orgânica; portanto, solos com baixa matéria orgânica são naturalmente mais propensos à deficiência.
Impacto na qualidade dos grãos: A falta de enxofre reduz a síntese de proteínas, resultando em grãos menores, com menor peso e qualidade nutricional inferior.
Diferenciação de Sintomas: É crucial que o produtor e o agrônomo saibam distinguir a clorose de enxofre (folhas novas) da clorose de nitrogênio (folhas velhas) para evitar diagnósticos errados e correções ineficientes.
Relação Nitrogênio/Enxofre (N/S): O enxofre é indispensável para a metabolização do nitrogênio. Uma deficiência de S pode limitar severamente a resposta da planta à adubação nitrogenada e prejudicar a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) em leguminosas.
Exigência das Culturas: Leguminosas, como a soja, geralmente são mais exigentes em enxofre do que gramíneas, como o milho, devido ao alto teor de proteína em suas sementes, o que demanda maior exportação do nutriente.
Dinâmica em Solos Arenosos: Solos de textura arenosa e muito intemperizados têm baixa capacidade de retenção de sulfato, facilitando a perda do nutriente por lixiviação (percolação) para camadas profundas fora do alcance das raízes.
Competição Iônica: A presença excessiva de outros ânions no solo, como cloreto, pode causar inibição competitiva, reduzindo a eficiência da absorção de sulfato pelas raízes.
Correção e Fontes: A correção pode ser feita via fertilizantes sulfatados ou gesso agrícola. O gesso, além de fornecer enxofre, atua como condicionador de solo em subsuperfície, mas deve ser manejado com critério técnico.
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