O que é Deficiência De Níquel

A deficiência de níquel é uma desordem nutricional que ocorre quando as plantas não têm acesso a quantidades suficientes deste micronutriente, o que compromete funções metabólicas essenciais. Embora o níquel tenha sido o último elemento a ser incluído na lista oficial de micronutrientes essenciais, sua presença é obrigatória para que a planta complete seu ciclo de vida, da germinação à produção de sementes. No contexto agronômico brasileiro, a deficiência deste metal é particularmente crítica para leguminosas, como a soja, pois o níquel é um componente estrutural indispensável da enzima urease e da hidrogenase.

Sem o suprimento adequado de níquel, a enzima urease torna-se inativa, impedindo a planta de metabolizar a ureia acumulada nas folhas. Isso resulta em um acúmulo tóxico de ureia nos tecidos vegetais, causando necroses características. Além disso, a deficiência afeta o processo de fixação biológica de nitrogênio, um mecanismo fundamental para a produtividade e sustentabilidade das lavouras no Brasil. A absorção do nutriente ocorre tanto por difusão passiva quanto por transporte ativo, e sua carência pode limitar severamente o crescimento e o rendimento da cultura, mesmo que outros nutrientes estejam em níveis adequados.

É importante notar que, embora os sintomas visuais de deficiência de níquel sejam considerados raros em condições de campo, o impacto fisiológico pode ocorrer antes mesmo de sinais externos aparecerem (fome oculta). Quando os sintomas se manifestam, eles indicam um estágio avançado de desequilíbrio nutricional, onde a translocação do nutriente dos tecidos velhos para os novos falhou ou foi insuficiente para suprir a demanda metabólica da planta, especialmente em fases reprodutivas.

Principais Características

  • Necrose por toxidez de ureia: Na soja, a falta de níquel impede a quebra da ureia pela urease, levando ao acúmulo dessa substância nas pontas das folhas, causando queima e morte do tecido (necrose).

  • Sintoma “Orelha de Rato”: Em culturas perenes como a nogueira-pecã, as folhas jovens apresentam pontas arredondadas e escuras, alterando o formato natural do limbo foliar.

  • Alta mobilidade na planta: O níquel é um elemento móvel que se desloca facilmente dos tecidos velhos para os novos; na senescência, grande parte do níquel das folhas é transferida para os grãos.

  • Clorose e deformação: Pode ocorrer amarelamento das folhas, redução do tamanho foliar, enrugamento e curvatura, embora a clorose isolada não seja um diagnóstico definitivo.

  • Comprometimento da fixação de nitrogênio: A deficiência inibe a atividade das hidrogenases, afetando a eficiência dos nódulos em leguminosas e o metabolismo geral do nitrogênio.

Importante Saber

  • Diagnóstico visual complexo: A clorose causada pela falta de níquel pode ser facilmente confundida com deficiências de outros nutrientes ou até mesmo com sintomas de viroses, exigindo análise foliar para confirmação.

  • Risco de toxidez: A margem entre a deficiência e a toxidez do níquel pode ser estreita; o excesso deste micronutriente pode induzir deficiência secundária de ferro e zinco, prejudicando o desenvolvimento radicular.

  • Importância na adubação nitrogenada: Para produtores que utilizam ureia como fonte de nitrogênio, a presença adequada de níquel é vital para garantir que a planta consiga processar e aproveitar o fertilizante aplicado.

  • Critérios de essencialidade: O níquel cumpre os dois requisitos básicos de nutriente essencial: possui função direta na estrutura de enzimas e é insubstituível, ou seja, nenhum outro elemento pode realizar suas funções biológicas.

  • Monitoramento preventivo: Devido à raridade dos sintomas visuais no campo, o monitoramento da fertilidade do solo e o histórico da área são fundamentais para evitar perdas de produtividade associadas à carência deste micronutriente.

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