Potássio nas Plantas: Guia Completo de Manejo para Alta Produtividade
Potássio nas plantas: Como identificar sinais de deficiência e acertar na aplicação do mineral para melhorar a produtividade da lavoura!
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A deficiência de potássio é um distúrbio nutricional que ocorre quando as plantas não conseguem absorver quantidades adequadas deste macronutriente, comprometendo processos fisiológicos vitais. Sendo o potássio (K) o segundo nutriente mais exigido pela maioria das culturas agrícolas, ficando atrás apenas do nitrogênio, sua falta impacta diretamente a produtividade e a qualidade da colheita. No contexto do agronegócio brasileiro, onde muitos solos são naturalmente intemperizados e ácidos, a disponibilidade natural de potássio costuma ser baixa, tornando o manejo da adubação potássica uma prática indispensável para evitar essa carência.
Quando uma planta sofre com a deficiência de potássio, funções essenciais como a ativação de enzimas, a síntese de proteínas e, principalmente, a regulação do balanço hídrico são prejudicadas. O potássio atua na abertura e fechamento dos estômatos; sem ele, a planta perde a capacidade de controlar a transpiração, tornando-se extremamente vulnerável ao estresse hídrico e à seca. Além disso, o transporte de fotoassimilados (açúcares) das folhas para os grãos ou frutos é interrompido, resultando em produtos finais de menor tamanho, peso e qualidade comercial.
Identificar a deficiência precocemente é um desafio, pois o potássio é um elemento móvel dentro da planta. Isso significa que, na falta do nutriente no solo, o vegetal realoca o potássio dos tecidos velhos para os tecidos novos (meristemas) na tentativa de sobreviver. Consequentemente, os sintomas visuais demoram a aparecer nas folhas jovens, manifestando-se primeiramente nas folhas mais antigas, o que pode levar o produtor a diagnosticar o problema quando já houve perda significativa de potencial produtivo.
Clorose e Necrose Marginal: O sintoma visual mais clássico é o amarelecimento (clorose) seguido de morte do tecido (necrose) nas bordas e pontas das folhas mais velhas, muitas vezes com uma aparência de “queimado”.
Mobilidade do Nutriente: Como o potássio é móvel no floema, os sintomas surgem sempre nas partes baixas da planta (folhas velhas), enquanto as folhas novas permanecem verdes por mais tempo.
Caules Fracos e Acamamento: Plantas com deficiência de potássio apresentam colmos e hastes mais finos e frágeis, aumentando significativamente o risco de acamamento (tombamento) da lavoura, especialmente em gramíneas como o milho.
Baixa Resistência a Estresses: A planta perde vigor e torna-se mais suscetível ao ataque de pragas, doenças fúngicas e danos por geadas ou secas, devido à má regulação estomática e paredes celulares mais finas.
Desenvolvimento Radicular Comprometido: O sistema radicular tende a ser menos desenvolvido e ramificado, o que reduz a capacidade da planta de explorar o solo em busca de água e outros nutrientes.
Má Formação de Frutos e Grãos: Ocorre enchimento incompleto de grãos (grãos chochos) e frutos menores, com menor teor de açúcar (Brix) e coloração irregular, afetando o valor de mercado.
Fome Oculta: Antes de os sintomas visuais aparecerem (necrose nas bordas), a planta passa por um estágio de “fome oculta”, onde a deficiência já reduz a produtividade sem sinais externos evidentes. A análise foliar é crucial para detectar essa fase.
Interação com Cálcio e Magnésio: O excesso de calcário ou adubações desequilibradas com Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg) pode inibir a absorção de potássio pelas raízes, induzindo a deficiência mesmo que haja K no solo (antagonismo iônico).
Lixiviação em Solos Arenosos: Em solos com textura arenosa e baixa Capacidade de Troca de Cátions (CTC), o potássio é facilmente lixiviado (lavado) pela chuva para camadas profundas, exigindo parcelamento da adubação para evitar perdas e deficiência.
Impacto na Fotossíntese: A falta de potássio reduz a atividade da enzima Rubisco e o transporte de açúcares; na prática, isso significa que a planta produz energia mas não consegue convertê-la em grãos ou biomassa eficientemente.
Diagnóstico Correto: A análise de solo é a ferramenta preventiva mais importante para determinar a necessidade de adubação (cloreto ou sulfato de potássio), devendo ser realizada periodicamente para manter os níveis críticos adequados.
Qualidade Pós-Colheita: A deficiência de potássio reduz drasticamente a vida de prateleira (shelf-life) de frutas e hortaliças, tornando o produto mais perecível e menos resistente ao transporte.
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