O que é Deficiência De Potássio No Milho

A deficiência de potássio (K) na cultura do milho é um distúrbio nutricional que ocorre quando a planta não consegue absorver quantidades adequadas deste macronutriente, o segundo mais exigido pela cultura, ficando atrás apenas do nitrogênio. No contexto do agronegócio brasileiro, onde a busca por altas produtividades é constante, a falta de potássio é crítica, pois este elemento atua diretamente na regulação do metabolismo da planta, no transporte de fotoassimilados, na abertura e fechamento dos estômatos e na resistência a doenças fúngicas. Sem o suprimento correto, o potencial produtivo da lavoura é severamente comprometido.

Como o potássio é um nutriente altamente móvel dentro da planta, o milho possui a capacidade de translocar o elemento dos tecidos mais velhos para os mais novos em situações de escassez. Isso significa que, fisiologicamente, a planta “sacrifica” as folhas inferiores para manter o crescimento das folhas superiores e das estruturas reprodutivas. Essa característica biológica define o padrão visual dos sintomas no campo, facilitando o diagnóstico inicial pelo produtor ou agrônomo, embora a confirmação exata dependa de análises laboratoriais para evitar confusões com outros estresses ou deficiências.

A deficiência impacta não apenas a parte vegetativa, mas afeta drasticamente a formação da espiga e o enchimento de grãos. Plantas com carência de potássio tendem a apresentar menor estatura devido ao encurtamento dos internódios e produzem espigas deformadas. A correção desse problema exige um manejo de adubação preciso, baseado na análise de solo e foliar, visto que o potássio é fundamental para garantir a qualidade do grão e a sanidade geral da lavoura até a colheita.

Principais Características

  • Clorose nas folhas velhas: O sintoma visual clássico inicia-se nas folhas inferiores (baixeiro), apresentando um amarelamento característico que começa na ponta da folha e progride ao longo das bordas (margens) em direção à base.

  • Necrose marginal: Com a evolução da deficiência, as bordas amareladas secam e morrem, adquirindo um aspecto de queimado ou tecido morto, podendo inclusive se rasgar com o vento, enquanto a nervura central tende a permanecer verde por mais tempo.

  • Deformação das espigas: A falta de potássio prejudica o enchimento dos grãos, resultando em espigas menores, com formato cônico (pontiagudas) e com a ponta falhada (sem grãos formados na extremidade).

  • Encurtamento dos internódios: A planta apresenta um desenvolvimento vegetativo reduzido, ficando mais baixa e compactada do que o normal, o que pode afetar a arquitetura do dossel e a interceptação de luz.

  • Sintomas em folhas novas (casos severos): Em situações de deficiência extrema, o amarelamento pode surgir entre as nervuras das folhas novas, um sintoma que exige cuidado no diagnóstico pois pode ser confundido com a deficiência de ferro.

Importante Saber

  • Mobilidade do nutriente: O diagnóstico visual deve sempre começar pela observação do terço inferior da planta. Se os sintomas de amarelamento estiverem nas folhas novas, a causa provável é a deficiência de nutrientes imóveis (como micronutrientes), e não de potássio.

  • Diagnóstico preciso via análise foliar: A confirmação técnica deve ser feita através da análise de tecido. A amostragem correta envolve coletar a folha inteira oposta e imediatamente abaixo da espiga superior, removendo a nervura central.

  • Momento ideal de amostragem: Para garantir resultados confiáveis que reflitam o estado nutricional real, a coleta das folhas deve ocorrer no início do florescimento feminino (fase de embonecamento), quando os “cabelos” do milho aparecem.

  • Padronização da coleta: Recomenda-se coletar cerca de 30 folhas por hectare quando 50% a 75% da lavoura estiver na fase reprodutiva indicada. Coletar fora desse padrão ou em estágios diferentes pode levar a erros de interpretação devido ao efeito de diluição ou concentração de nutrientes.

  • Impacto na sanidade: Além da perda de produtividade por espigas mal formadas, a deficiência de potássio reduz a resistência natural da planta, tornando a lavoura mais suscetível a doenças fúngicas e ao acamamento (devido a colmos mais fracos).

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