Zinco na Soja: Guia Completo para Adubação e Diagnóstico
Zinco na soja: Entenda o papel desse micronutriente na lavoura, como fazer a adubação e identificar sintomas de deficiência ou toxicidade na soja.
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A deficiência de zinco é uma desordem nutricional que afeta o desenvolvimento fisiológico e metabólico das plantas, sendo um dos problemas mais recorrentes na agricultura brasileira, especialmente em solos de Cerrado ou áreas com uso intensivo de corretivos. O zinco (Zn) é um micronutriente essencial que atua como cofator de diversas enzimas e é fundamental para a síntese do triptofano, um aminoácido precursor do ácido indolacético (AIA), o hormônio responsável pelo crescimento e alongamento celular. Quando há escassez deste elemento, a planta sofre uma redução drástica no crescimento meristemático e na produção de biomassa.
No cenário agrícola nacional, a disponibilidade de zinco é frequentemente limitada por fatores edafoclimáticos. Grande parte do zinco presente no solo encontra-se adsorvido em partículas de argila e na matéria orgânica, ou precipitado em formas insolúveis, o que reduz sua concentração na solução do solo e dificulta a absorção pelas raízes. Além disso, a prática da calagem, essencial para corrigir a acidez, pode diminuir a disponibilidade deste micronutriente se elevar o pH excessivamente, uma vez que o zinco é mais disponível em faixas de pH de ácido a neutro.
A identificação e correção da deficiência de zinco são cruciais para a produtividade, pois a planta possui uma alta taxa de exportação deste nutriente para os grãos. Na cultura da soja, por exemplo, cerca de 66% do zinco absorvido é direcionado para o grão, o que significa que a colheita remove quantidades significativas do nutriente da lavoura a cada ciclo. A falta de reposição adequada ou o manejo incorreto da adubação pode levar a perdas severas de rendimento, afetando a qualidade e o peso dos grãos formados.
Baixa mobilidade na planta: O zinco é pouco móvel no floema, o que significa que a planta não consegue redistribuí-lo das folhas velhas para as novas; por isso, os sintomas visuais de deficiência surgem primeiramente nas folhas jovens e nos meristemas de crescimento.
Encurtamento de internódios: Devido à sua função na síntese de hormônios de crescimento, a falta de zinco causa a redução do alongamento do caule, resultando em plantas com porte baixo e aspecto de “roseta” no topo.
Interação antagônica com Fósforo: O excesso de adubação fosfatada pode induzir a deficiência de zinco, seja por inibição na absorção radicular ou pelo “efeito de diluição”, onde o crescimento rápido da planta (estimulado pelo fósforo) não é acompanhado pela absorção proporcional de zinco.
Clorose intervenal: As folhas novas podem apresentar um amarelecimento entre as nervuras, que permanecem verdes, podendo evoluir para necrose em casos severos.
Alta retenção no solo: O zinco tende a ficar retido (“preso”) nas cargas elétricas das argilas e óxidos de ferro e alumínio, comuns em solos tropicais, exigindo níveis adequados na solução do solo (mínimo de 1,0 mg/dm³) para suprir a demanda da cultura.
Diagnóstico visual e foliar: Como os sintomas podem ser confundidos com outras deficiências (como a de manganês ou ferro), a análise foliar é a ferramenta mais precisa para confirmar o diagnóstico, devendo ser realizada preferencialmente no início do florescimento.
Cuidado com a calagem: A elevação do pH do solo acima de 6,0 ou 6,5 reduz drasticamente a disponibilidade de zinco; portanto, o manejo da acidez deve ser equilibrado para não indisponibilizar os micronutrientes metálicos.
Forma de absorção: As plantas absorvem o zinco na forma iônica (Zn²+), e a eficiência desse processo depende da saúde do sistema radicular e da presença de umidade no solo, já que o transporte até a raiz ocorre também por difusão.
Impacto na qualidade do grão: A deficiência não afeta apenas a quantidade produzida, mas também a formação de proteínas e a integridade da membrana celular, resultando em grãos mais leves e com menor vigor.
Estratégias de correção: A adubação com zinco deve ser planejada considerando a análise de solo; aplicações via sulco de plantio ou tratamento de sementes são comuns, mas a adubação foliar pode ser necessária como complemento em fases críticas de demanda.
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