O que é Desenvolvimento Da Soja

O desenvolvimento da soja refere-se à evolução fenológica da cultura (Glycine max), abrangendo todas as transformações morfológicas e fisiológicas que a planta atravessa desde a semeadura até a colheita. No contexto da agricultura brasileira, onde a soja é a principal commodity, o entendimento profundo desse ciclo é a base para o sucesso produtivo. O processo é regido pela interação entre a genética da cultivar escolhida e as condições edafoclimáticas (solo e clima) da região de cultivo, resultando em variações de altura, ramificação e duração do ciclo.

Para fins de manejo agronômico, o desenvolvimento é classificado através da escala de Fehr e Caviness (1977), que segmenta a vida da planta em estágios Vegetativos (V) e Reprodutivos (R). Esta padronização é vital para a tomada de decisão no campo, pois permite ao produtor e ao agrônomo identificar o momento exato para a aplicação de defensivos, fertilizantes e outras práticas culturais. O domínio sobre como a planta se desenvolve — desde a emissão das primeiras folhas cotiledonares até o enchimento de grãos — é o que permite ao Brasil manter médias de produtividade elevadas, otimizando recursos e maximizando o potencial genético das sementes.

Principais Características

  • Divisão Fenológica (Escala V e R): O ciclo é estruturado em fases Vegetativas (foco no crescimento de raízes, caule e folhas) e Reprodutivas (foco no florescimento, formação de vagens e enchimento de grãos), permitindo um monitoramento preciso da lavoura.

  • Hábito de Crescimento: As cultivares podem apresentar crescimento determinado (o crescimento vegetativo cessa com o início do florescimento, formando um racemo terminal) ou indeterminado (a planta continua crescendo e emitindo folhas mesmo após o início da floração).

  • Sistema Radicular Pivotante: A planta possui uma raiz principal vigorosa e raízes secundárias laterais. Embora possam alcançar até 1,8 m de profundidade, a maior atividade de absorção de nutrientes concentra-se nos primeiros 30 cm do solo.

  • Evolução Foliar: O desenvolvimento das folhas segue uma sequência específica: inicia-se com as folhas cotiledonares (da semente), seguidas pelas unifolioladas (um par simples) e, posteriormente, pelas trifolioladas, que compõem a maior parte da área foliar da planta.

  • Germinação Epígea: Característica onde os cotilédones emergem acima da superfície do solo durante a germinação, o que exige cuidados específicos no plantio para garantir uma boa emergência e estande inicial.

Importante Saber

  • Critério de Avaliação do Talhão: Para considerar que uma lavoura atingiu um determinado estágio de desenvolvimento (ex: R1 ou V3), é necessário que pelo menos 50% das plantas do talhão apresentem as características daquela fase.

  • Manejo Nutricional e Raízes: Como a maior parte da absorção de nutrientes ocorre na camada superficial (0 a 30 cm), a correção do perfil do solo e a adubação devem considerar essa zona de maior atividade radicular para garantir eficiência.

  • Impacto do Hábito de Crescimento: A distinção entre soja determinada e indeterminada altera a estratégia de manejo, especialmente em relação à aplicação de fungicidas e reguladores de crescimento, visto que plantas indeterminadas continuam emitindo novos tecidos suscetíveis a doenças durante a reprodução.

  • Fecundação Autógama: A soja realiza autofecundação (a flor fertiliza a si mesma), o que garante a formação das vagens sem a necessidade obrigatória de polinização cruzada, embora a presença de polinizadores possa beneficiar a produtividade.

  • Planejamento Baseado no Ciclo: O conhecimento dos estágios é fundamental para evitar estresses (hídricos ou fitossanitários) nos momentos críticos, como o florescimento e o enchimento de grãos, que são determinantes para o peso final e a qualidade da colheita.

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