O que é Diabrotica Speciosa

A Diabrotica speciosa, popularmente conhecida no Brasil como vaquinha-verde ou patriota, é um inseto da ordem Coleoptera e família Chrysomelidae. Trata-se de uma das pragas mais disseminadas e frequentes na agricultura brasileira, caracterizando-se por ser polífaga, ou seja, possui a capacidade de se alimentar e sobreviver em diversas espécies de plantas. Sua presença é motivo de preocupação constante para produtores rurais, pois afeta culturas de alto valor econômico, com destaque para a soja, o milho, o feijão, a batata e diversas hortaliças.

A relevância desta praga no cenário agronômico deve-se ao seu potencial destrutivo em duas fases distintas de seu ciclo de vida. Diferente de pragas que causam danos apenas na fase larval ou adulta, a Diabrotica speciosa ataca as lavouras em ambos os estágios. As larvas atuam no subsolo, consumindo raízes, enquanto os adultos se alimentam da parte aérea das plantas. Essa característica torna o manejo complexo, exigindo estratégias integradas que considerem tanto a proteção foliar quanto a sanidade do sistema radicular, especialmente em sistemas de sucessão de culturas como soja-milho.

Principais Características

  • Morfologia do adulto: O besouro adulto mede cerca de 6 mm de comprimento e possui coloração verde vibrante com três manchas amarelas em cada élitro (asas duras), além de cabeça marrom e pernas pretas, remetendo às cores da bandeira do Brasil.

  • Fase larval subterrânea: As larvas são de cor branca, corpo alongado e possuem a cabeça e a placa anal na cor preta. Elas vivem no solo e medem até 10 mm, concentrando-se majoritariamente (cerca de 90%) próximas às raízes das plantas.

  • Ciclo biológico rápido: O desenvolvimento completo (ovo a adulto) ocorre entre 24 e 40 dias, variando conforme a temperatura e umidade, o que permite a ocorrência de múltiplas gerações durante uma mesma safra agrícola.

  • Oviposição no solo: As fêmeas depositam ovos minúsculos e amarelados no solo, preferencialmente em locais úmidos, escuros e próximos à base das plantas hospedeiras, facilitando o acesso das larvas ao alimento logo após a eclosão.

  • Hábito polífago: Além das culturas principais (soja e milho), o inseto utiliza plantas daninhas e outras culturas como hospedeiras, o que favorece sua sobrevivência na área durante a entressafra ou em períodos de pousio.

Importante Saber

  • Danos simultâneos: A praga compromete a planta por inteiro. O ataque das larvas reduz a capacidade de absorção de água e nutrientes, enquanto os adultos causam desfolha, diminuindo a área fotossintética.

  • Sintoma “Pescoço de Ganso”: Na cultura do milho, o ataque das larvas às raízes de sustentação provoca o curvamento da base da planta, sintoma conhecido como “pescoço de ganso”, que leva ao acamamento e dificulta a colheita mecanizada.

  • Confusão de diagnóstico: Os danos causados pelas larvas nas raízes muitas vezes resultam em amarelamento e crescimento lento da planta, sintomas que podem ser incorretamente diagnosticados como deficiência nutricional ou estresse hídrico.

  • Monitoramento de solo: Para um controle efetivo, não basta observar a presença dos adultos nas folhas. É crucial monitorar o solo para identificar a presença de larvas, especialmente nas fases iniciais da cultura.

  • Impacto na produtividade: Estudos indicam que a presença de larvas pode reduzir drasticamente o peso final dos grãos, impactando diretamente a rentabilidade, visto que plantas com raízes danificadas tornam-se fracas e improdutivas.

  • Momento crítico: O ataque é particularmente severo em plântulas e sementes recém-germinadas, podendo reduzir o estande inicial da lavoura e exigir, em casos extremos, o replantio da área.

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