O que é Diplodia No Milho

A “Diplodia no milho” refere-se a um complexo de doenças causadas por fungos do gênero Stenocarpella (anteriormente classificados como Diplodia), especificamente as espécies Stenocarpella maydis e Stenocarpella macrospora. No contexto agronômico brasileiro, este termo é frequentemente associado à Podridão Branca da Espiga, uma das enfermidades mais severas da cultura, capaz de comprometer tanto a produtividade quanto a qualidade final dos grãos. Além de atacar as espigas, esses patógenos também são responsáveis pela Podridão do Colmo e pela Mancha Foliar de Diplodia, tornando-se uma ameaça sistêmica na lavoura.

A doença ganha destaque em regiões de clima tropical e subtropical, onde condições de alta umidade e temperaturas moderadas favorecem o desenvolvimento do fungo. O impacto econômico é direto: pesquisas indicam que a infecção pode reduzir o peso das espigas em mais de 70% em casos severos. Além da perda de volume, a Diplodia é uma das principais causadoras de “grãos ardidos”, o que deprecia o valor comercial do produto e introduz riscos de contaminação por micotoxinas, afetando a segurança alimentar e a nutrição animal.

A persistência desses fungos no campo é facilitada pelo sistema de plantio direto, muito comum no Brasil, pois o patógeno sobrevive nos restos culturais (palhada) de uma safra para outra. A infecção pode ocorrer em diversos estágios da planta, mas os danos nas espigas geralmente se iniciam na base e progridem para o topo, sendo cruciais o monitoramento constante e a adoção de estratégias de manejo integrado para mitigar os prejuízos.

Principais Características

  • Agentes Causadores: A doença é provocada pelos fungos Stenocarpella macrospora e Stenocarpella maydis (sinônimo de Diplodia maydis), que, embora causem sintomas visuais semelhantes na espiga, possuem diferenças microscópicas em seus esporos.

  • Sintoma Visual Clássico: O sinal mais característico é o desenvolvimento de um micélio branco e denso, com aspecto algodonoso, que cresce entre as fileiras de grãos e sobre a palha, iniciando-se preferencialmente na base da espiga.

  • Alteração na Espiga: As espigas infectadas tornam-se mais leves que o normal, apresentam coloração desbotada (acinzentada ou esbranquiçada) e podem ter as palhas internas fortemente aderidas (“coladas”) aos grãos devido ao crescimento fúngico.

  • Danos nos Grãos: Os grãos afetados perdem o brilho natural, adquirindo tons de cinza a marrom, ficam enrugados (chochos) e apresentam peso hectolítrico reduzido.

  • Sobrevivência no Campo: O fungo é necrotrófico, sobrevivendo em restos culturais de milho (resteva), o que torna a monocultura e a falta de rotação de culturas fatores de alto risco para a incidência da doença.

Importante Saber

  • Transmissão via Semente: Sementes infectadas são uma fonte primária de inóculo; elas podem não germinar (morte do embrião) ou gerar plântulas com baixo vigor e tombamento (damping-off), disseminando a doença para novas áreas.

  • Condições Climáticas: O risco de epidemia aumenta significativamente após longos períodos chuvosos durante a fase de florescimento e enchimento de grãos, exigindo maior atenção no monitoramento nessas janelas climáticas.

  • Risco de Micotoxinas: A presença de Diplodia está associada à produção de micotoxinas (diplodiatoxinas), que são nocivas para aves e suínos, exigindo rigorosa análise de qualidade para o uso desses grãos na fabricação de ração.

  • Diferenciação de Doenças: Diferente da podridão por Fusarium, que muitas vezes ocorre de forma aleatória ou no topo da espiga e apresenta coloração rosada/salmão, a Diplodia tipicamente começa na base e apresenta micélio branco.

  • Manejo Integrado: O controle efetivo não depende de uma única ferramenta, mas da combinação de uso de sementes sadias e tratadas, rotação de culturas (para quebrar o ciclo no inóculo presente na palhada), escolha de híbridos com resistência genética e aplicação de fungicidas nos momentos corretos.

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