Plantio de Cana de Ano e Meio: O Guia Definitivo para Aumentar a Produtividade
Plantio cana ano-meio: veja dicas para auxiliar no manejo como espaçamento, uso de vinhaça e de torta de filtro, épocas de plantio e mais.
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As doenças da cana-de-açúcar referem-se ao conjunto de patologias causadas por agentes bióticos — como fungos, bactérias, vírus e nematoides — que interferem na fisiologia da planta, comprometendo seu desenvolvimento, produtividade agrícola (toneladas de cana por hectare) e qualidade industrial (teor de açúcar/ATR). No contexto do agronegócio brasileiro, onde a cultura é explorada extensivamente e em ciclos longos (cana-planta e diversas socas), o manejo fitossanitário é um dos pilares para a sustentabilidade econômica do canavial.
A incidência dessas enfermidades pode ocorrer em diferentes estágios fenológicos, desde o plantio até a maturação. Um exemplo clássico, citado no contexto de plantio, é a “podridão abacaxi” (Thielaviopsis paradoxa), uma doença fúngica de solo que ataca os toletes (mudas) quando a brotação é lenta devido a condições climáticas desfavoráveis. Além das doenças de solo, o setor enfrenta desafios constantes com doenças foliares (como as ferrugens) e sistêmicas (como o raquitismo da soqueira e o carvão), que exigem estratégias integradas de controle, baseadas principalmente na genética e em boas práticas culturais.
Agentes Causais Diversificados: Embora existam doenças bacterianas (como a escaldadura) e virais (como o mosaico), as doenças fúngicas são as mais prevalentes no Brasil, atacando tanto a parte aérea quanto o sistema radicular e os toletes durante o plantio.
Disseminação via Material Propagativo: Como a cana é propagada vegetativamente (através de colmos/toletes), muitas doenças são transmitidas de uma área para outra pelo uso de mudas infectadas, tornando a sanidade do viveiro fundamental.
Dependência Climática: A severidade da maioria das doenças está atrelada às condições ambientais. Por exemplo, a podridão abacaxi é favorecida por baixas temperaturas e excesso de umidade no solo, que retardam a brotação e expõem as gemas ao patógeno por mais tempo.
Impacto na Longevidade do Canavial: Doenças sistêmicas e de sistema radicular tendem a degradar a soqueira progressivamente, reduzindo a brotação após cada corte e obrigando o produtor a reformar o canavial precocemente, o que eleva os custos de produção.
Sintomatologia Variada: Os sintomas podem variar desde manchas foliares e cloroses até o apodrecimento interno do colmo, nanismo da planta e deformações nas inflorescências (como o “chicote” no caso do carvão).
Manejo Varietal é a Chave: A principal estratégia de controle no Brasil é o uso de variedades resistentes. É crucial realizar um censo varietal equilibrado, evitando plantar grandes áreas com uma única variedade suscetível a uma doença específica.
Atenção ao Período de Plantio: O plantio em épocas favoráveis à rápida brotação (como no sistema de cana de ano e meio, entre janeiro e março) é uma medida profilática eficiente. A rápida emergência reduz a janela de tempo em que os toletes ficam vulneráveis a patógenos de solo.
Qualidade da Muda: O uso de Mudas Pré-Brotadas (MPB) ou toletes provenientes de viveiros sadios e tratados termicamente (hidrotermoterapia) é essencial para evitar a introdução de doenças como o raquitismo da soqueira na lavoura comercial.
Proteção de Toletes: No momento do plantio, o tratamento químico dos toletes com fungicidas é uma prática recomendada para proteger as gemas contra fungos de solo, garantindo um estande inicial uniforme.
Monitoramento Constante: A identificação precoce de focos de doenças permite a tomada de decisão rápida, que pode envolver desde a aplicação de fungicidas foliares (em casos específicos como a ferrugem alaranjada) até o “roguing” (arranquio de plantas doentes) em viveiros.
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