Doenças de Final de Ciclo da Soja: Guia Completo de Identificação e Manejo
Doenças de final de ciclo soja: como identificar as mais recorrentes e os 5 principais manejos para reduzir o risco de prejuízos na lavoura.
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Ler o Guia Principal sobre Doenças de Final de Ciclo Soja →As Doenças de Final de Ciclo (DFCs) da soja referem-se a um complexo de patologias fúngicas que, embora possam infectar a planta nos estádios vegetativos iniciais, manifestam seus sintomas mais severos e visíveis durante as fases reprodutivas e de maturação da cultura. No cenário agrícola brasileiro, as principais representantes desse grupo são a Mancha-parda (ou Septoriose), causada pelo fungo Septoria glycines, e o Crestamento Foliar de Cercospora (incluindo a Mancha Púrpura da semente), causado por Cercospora kikuchii. Frequentemente, essas doenças ocorrem simultaneamente na lavoura, formando o que técnicos denominam de “complexo de doenças”.
A importância econômica das DFCs é significativa, pois elas aceleram a desfolha precoce das plantas, reduzindo a área fotossintética justamente no momento crucial de enchimento de grãos. Isso impacta diretamente o peso final do grão e, consequentemente, a produtividade da lavoura. Estima-se que, dependendo da severidade e das condições climáticas, as perdas ocasionadas por esse complexo possam chegar a 30% do rendimento, sem contar os danos à qualidade da semente, que pode ter sua germinação e vigor comprometidos.
Diferente da Ferrugem Asiática, que possui uma dinâmica explosiva, as DFCs tradicionais (Septoriose e Cercosporiose) possuem um período de latência longo. O fungo coloniza o tecido da planta silenciosamente e os sintomas tornam-se agressivos quando as condições de molhamento e temperatura são favoráveis no final do ciclo, muitas vezes confundindo o produtor que pode interpretar o amarelamento e queda das folhas apenas como maturação natural da soja.
Período de Latência: A infecção ocorre frequentemente nas fases iniciais do desenvolvimento da soja, mas os sintomas visuais severos só aparecem nos estádios reprodutivos avançados (R5 em diante).
Sintomatologia da Septoriose: Caracteriza-se por pontuações pardas nas folhas que evoluem para manchas angulares com um halo amarelado típico, iniciando-se geralmente nas folhas do baixeiro e progredindo para o topo.
Sintomatologia da Cercosporiose: Apresenta-se como pontuações castanho-avermelhadas nas folhas (aspecto de couro) e, nas sementes, causa a mancha púrpura, desvalorizando o produto final.
Sobrevivência em Restos Culturais: Os patógenos causadores das DFCs são necrotróficos, ou seja, sobrevivem na palhada e nos restos culturais da safra anterior, servindo de inóculo para o próximo plantio.
Desfolha Precoce: A característica mais danosa é a indução da queda prematura das folhas antes que a planta complete o ciclo de enchimento dos grãos.
Diferenciação da Senescência: É fundamental que o monitoramento técnico saiba distinguir a desfolha causada por doenças do processo natural de envelhecimento (senescência) da planta; a presença de manchas e halos é o principal indicativo de doença.
Condições Climáticas Favoráveis: O desenvolvimento dessas doenças é favorecido por climas quentes e chuvosos, sendo que a Septoriose exige molhamento foliar de pelo menos 6 horas e temperaturas amenas a altas.
Impacto na Qualidade da Semente: Além da perda de peso (produtividade), a Cercospora kikuchii afeta diretamente a qualidade visual e fisiológica da semente, sendo um ponto crítico para produtores de sementes.
Manejo Integrado: O controle eficiente não depende apenas de aplicações químicas curativas no final do ciclo; exige rotação de culturas, tratamento de sementes e aplicações preventivas de fungicidas para proteger o baixeiro da planta.
Complexo de Doenças: Raramente uma DFC ocorre isolada; o manejo deve considerar o espectro de controle para múltiplas doenças simultâneas, incluindo Antracnose e Mancha Olho de Rã, que também podem incidir nesse período.
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